Vaticano: Humildes, bons esposos e sentinelas – o pedido do Papa aos diáconos permanentes

Francisco afirmou «grau próprio e permanente» e esclareceu que diáconos «não são meios-padres»

Cidade do Vaticano, 19 jun 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos diáconos permanentes da diocese de Roma que sejam “humildes”, “bons pais, esposos e avós” e que possam ser “sentinelas” para identificar os pobres e os “distantes”.

“É triste ver um diácono que quer se colocar no centro do mundo, ou no centro da liturgia, ou no centro da Igreja. Humilde. Que todo o bem que você faz seja um segredo entre você e Deus, e assim dará frutos”, pediu o papa Francisco, esta manhã, durante o encontro com os diáconos permanentes e as suas famílias, no Vaticano.

Francisco pediu que os diáconos permanentes sejam “bons esposos, bons pais e bons avós”, consolando os casais que sentem “fadiga” e encontrando uma “mão estendida na sua genuína simplicidade”.

Em terceiro, o Papa pediu que os diáconos sejam “sentinelas”, para identificar “os distantes e os pobres” e que “ajudem a comunidade cristã a ver Jesus nos pobres e distantes”.

Francisco lembrou que o ministério diaconal, esclarecido pelo documento «Lumen gentium», do Concilio Vaticano II, tem “um grau próprio e permanente da hierarquia”, dedicados ao serviço do povo.

“Os diáconos não serão «meio-padres» ou padres de segunda categoria, nem «acólitos de luxo», não, você não pode andar por esse caminho; serão servos zelosos que trabalharão arduamente para que ninguém seja excluído e o amor do Senhor toque de forma concreta a vida das pessoas”, esclareceu.

“O poder está no serviço, não em qualquer outra coisa. Os diáconos são os guardiães do serviço na Igreja, consequentemente pode-se dizer que eles são os guardiães do verdadeiro «poder» na Igreja, para que ninguém vá além do poder do serviço”, acrescentou.

O Papa quis falar de uma “Igreja constitutivamente diaconal”, lembrando que se esta “dimensão do serviço não for vivida, todo o ministério se esvazia por dentro, se torna estéril, não dá fruto”.

Francisco recordou que a “diminuição do número de sacerdotes conduziu a um compromisso predominante dos diáconos nas tarefas substitutivas” e que, “sendo importante”, “não constituem a especificidade do diaconato”, lembrando que a liturgia, a palavra e a caridade continuam a ser áreas para a missão dos diáconos permanentes.

O Papa Francisco fala em “espiritualidade diaconal” como uma “espiritualidade do serviço” que “pode ser resumida em poucas palavras: disponibilidade interior e abertura exterior”.

“Disponível no interior, com o coração, disposta a dizer sim, dócil, sem deixar que a vida gire em torno da própria agenda; e aberto para o exterior, com o olhar para todos, principalmente para os que ficaram de fora, para os que se sentem excluídos”, explicou.

LS

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Agência ECCLESIA

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