«Não se deixem enganar por quem quer limitar o amor de Deus», frisou hoje Francisco
Cidade do Vaticano, 15 out 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco assinalou hoje que a “gratuidade da salvação em Jesus” é para todos e alertou para aqueles que “minimizam o amor de Deus”, na eucaristia matinal na Capela da Casa de Santa Marta.
“Nós estamos acostumados a ouvir que Jesus é o Filho de Deus que veio por amor para nos salvar e depois morreu por nós. Quando entramos no mistério de Deus ‘deste amor sem limites’ ficamos maravilhados e por vezes ‘preferimos não entendê-lo’”, disse o Papa.
Na homilia da eucaristia desta manhã, Francisco comentou que “a gratuidade da salvação em Jesus Cristo” é “difícil de entender” para os cristãos e explicou que é preciso proteção dos “doutores da lei’ que limitam os horizontes de Deus e minimizam o seu amor´”.
Neste contexto, observou que “Jesus também implica um pouco contra os doutores da lei” a quem dirige palavras “fortes, muito duras”, e recordou o Evangelho do dia (Lucas 11, 47-53).
Segundo Francisco, os doutores da lei “pensavam” que apenas ao respeitar “todos os mandamentos” era possível a salvação e “que quem não o fizesse seria condenado”.
Desta forma, explicou, “limitavam” os horizontes de Deus e tornavam o seu “amor pequenino, à medida de cada um”.
Francisco observou que esta foi a “luta” de Jesus e São Paulo (Romanos 3, 21-30ª) para “defender a doutrina”.
“Os mandamentos existem, mas a síntese de tudo é ‘amar a Deus e ao próximo’. Com esta atitude de amor ficaremos à altura da gratuidade da salvação porque o amor é gratuito”, desenvolveu.
O Papa Francisco recordou que hoje a Igreja celebra os 500 anos do nascimento de Santa Teresa d’Ávila que recebeu “a graça de compreender os horizontes do amor” mas também foi “julgada pelos doutores de sua época”.
“Aqueles santos foram perseguidos por defender o amor, a gratuidade da salvação, a doutrina. Muitos deles, como também Joana d’Arc”, acrescentou, divulgou a Rádio Vaticano.
“Não se deixar enganar por quem quer limitar o amor de Deus”, reforçou Francisco, lembrando que “esta luta não termina”.
No final da homília, o Papa partilhou ainda perguntas que todos deviam fazer para “serem fiéis a este amor tão misericordioso”: “Acredito que o Senhor me salvou gratuitamente? Creio que não mereço a salvação? E se a mereço, é graças a Jesus Cristo e àquilo que Ele fez por mim?”
RV/CB