Francisco aponta à preparação do próximo Jubileu, que vai levar milhões de pessoas a Roma a partir do final do próximo ano
Cidade do Vaticano, 31 dez 2023 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje a importância da “gratidão e esperança”, para entrar num novo ano, apontando à preparação do próximo Jubileu, durante 2024, com particular atenção à “oração”.
“Aprendamos com Maria a viver cada dia, cada momento, cada ocupação com o olhar interior voltado para Jesus. Alegrias e tristezas, satisfações e problemas. Tudo na presença e com a graça de Jesus, o Senhor. Tudo com gratidão e esperança”, disse, na homilia da última celebração a que presidiu, em 2023, na Basílica de São Pedro.
As I vésperas da solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, com o tradicional canto do hino “Te Deum” na conclusão do ano, levaram centenas de pessoas ao Vaticano, onde Francisco sublinhou a diferença entre esta celebração litúrgica e os festejos do fim do ano, por todo o mundo.
“A gratidão mundana, a esperança mundana são aparentes; falta-lhes a dimensão essencial que é a da relação com o Outro e com os outros, com Deus e com os irmãos. Estão focados no eu, nos seus interesses e assim têm o fôlego curto, não vão além da satisfação e do otimismo”, precisou.
O Papa apontou ao Ano Santo de 2025 e à sua preparação, ao longo dos próximos meses, realçando o lema escolhido para este Jubileu, “Peregrinos de Esperança”.
“Queridos irmãos e irmãs, podemos perguntar-nos: Roma está a preparar-se para tornar-se, no Ano Santo, numa ‘cidade de esperança’?”, questionou.
Todos sabemos que a organização do Jubileu já está em curso há algum tempo. Mas compreendemos bem que, na perspetiva que aqui assumimos, não se trata principalmente disso; trata-se antes do testemunho da comunidade eclesial e civil; testemunho que, mais do que nos eventos, consiste no estilo de vida, na qualidade ética e espiritual da convivência”.
Numa celebração tradicionalmente dedicada à cidade de Roma, o Papa elogiou a imagem da Praça de São Pedro onde, diariamente, “circulam livre e serenamente pessoas de todas as nacionalidades, culturas e religiões”.
“É uma experiência que traz esperança, mas é importante que seja confirmado por um bom acolhimento durante a visita à Basílica, bem como nos serviços de informação”, apelou.
Francisco pediu, por outro lado, que o centro histórico de Roma seja acessível aos idosos ou pessoas com alguma deficiência motora.
“Uma cidade mais habitável para os seus cidadãos é também mais acolhedora para todos”, sustentou.
O Vaticano espera que milhões de pessoas participem, a partir de dezembro de 2024, nas celebrações do Ano Santo 2025, convocado pelo Papa Francisco.
O Jubileu coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter Europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.
O Ano Santo de 2025 será o 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja.
Foi o Papa Bonifácio VIII quem, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixada de 25 em 25 anos.
No final da celebração do último dia do ano, o Papa Francisco deslocou-se à Praça de São Pedro, em cadeira de rodas, para rezar diante do presépio, saudando as pessoas que o esperavam no local.
O novo ano começa com a celebração do Dia Mundial da Paz e uma reflexão dedicada à inteligência artificial, em que Francisco alerta para os riscos da utilização da inteligência artificial em contexto militar, apelando à aplicação das tecnologias em áreas que promovam o desenvolvimento humano.
OC