Vaticano: Francisco saúda nova etapa na história da Síria, rejeitando ingerências externas

Papa defende liberdade e respeito pelas minorias religiosas, em encontro com diplomatas

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 09 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à defesa da “integridade territorial” da Síria e da unidade do país, num encontro com embaixadores dos cinco continentes, no Vaticano.

“A Síria, após anos de guerra e devastação, parece estar a percorrer uma via de estabilidade. Espero que a integridade territorial, a unidade do povo sírio e as necessárias reformas constitucionais não sejam comprometidas por ninguém”, referiu o discurso dirigido aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé.

Francisco confiou a leitura do discurso a um colaborador da Secretaria de Estado do Vaticano, devido a uma constipação.

A intervenção apresentada no tradicional encontro para os cumprimentos de Ano Novo, no Palácio Apostólico, deixou votos de que “a comunidade internacional ajude a Síria a ser uma terra de convivência pacífica, onde todos os sírios, incluindo a parte cristã, possam sentir-se plenamente cidadãos e participar no bem comum daquela querida nação”.

Que os cristãos possam e queiram contribuir ativamente para a construção das sociedades em que vivem. Mesmo quando não são a maioria na sociedade, eles são cidadãos de pleno direito, especialmente nas terras onde vivem desde tempos imemoriais”.

O Papa sustentou que “não há verdadeira paz se não for também garantida a liberdade religiosa”, assumindo preocupação com as “crescentes manifestações de antissemitismo”, que condenou “veementemente”.

“Não posso ficar calado perante as numerosas perseguições contra várias comunidades cristãs, muitas vezes perpetradas por grupos terroristas, especialmente em África e na Ásia, nem perante formas mais subtis de limitação da liberdade religiosa que, por vezes, se verificam mesmo na Europa”, acrescentou.

O discurso abordou ainda a situação no Líbano, desejando a “estabilidade institucional necessária para enfrentar a grave situação económica e social no país, apresentado como “uma mensagem de coexistência e de paz”.

A intervenção deixou uma palavra para a população do Myanmar, que “sofre muito com os contínuos confrontos armados”, os quais levam “as pessoas a fugir das suas casas e a viver com medo”.

184 Estados, incluindo Portugal, têm atualmente relações diplomáticas plenas com a Santa Sé, a que se somam a União Europeia e a Ordem Soberana e Militar de Malta.

OC

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