Vaticano: Francisco quer mais espaço para teólogas católicas

Papa encontrou-se com os novos membros da Comissão Teológica Internacional

Cidade do Vaticano, 05 dez 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica tem de dar mais espaço às suas teólogas, durante um encontro com os novos membros da Comissão Teológica Internacional (CTI), organismo ligado à Santa Sé.

“Em virtude do seu génio feminino, as teólogas podem sublinhar, em benefício de todos, certos aspetos inexplorados do insondável mistério de Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Convido-vos por isso a tirar o melhor proveito deste contributo específico das mulheres para a inteligência da fé”, afirmou, num discurso divulgado pelo Vaticano.

A CTI tem uma nova constituição para o quinquénio 2014-2019 que inclui cinco mulheres (eram duas em 2004-2009), duas religiosas e três leigas, com representantes dos cinco continentes.

O Papa admitiu que, apesar da “maior presença das mulheres”, que comparou à “cereja no topo do bolo” é preciso “mais” espaço, convidando a “refletir sobre o papel que as mulheres têm e devem ter no campo da Teologia”.

A Comissão Teológica Internacional, criada pelo Papa Paulo VI em 1969, tem como missão “coadjuvar a Santa Sé, e em particular a Congregação para a Doutrina da Fé, no exame das questões doutrinais de maior importância e atualidade”.

Nesse sentido, engloba teólogos de diversas escolas e nações, nomeados pelo Papa sob proposta do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, atualmente o cardeal Gerhard Müller, e depois de uma consulta das conferências episcopais.

Francisco disse aos membros deste organismo que “de pouco serviriam” os estudos de um teólogo se “a sua mente não estiver ligada ao seu coração, um coração em escuta constante de Deus”.

“O teólogo é acima de tudo um crente que escuta a Palavra de Deus vivo e a acolhe no coração e na mente. Mas o teólogo deve também pôr-se humildemente à escuta do que o Espírito diz às Igrejas, através das diversas manifestações da fé vivida pelo povo de Deus”, acrescentou.

O Papa observou que é necessário um “são pluralismo” nas abordagens teológicas que se desenvolvem “em contextos culturais diferentes” e com vários métodos, para que estas se possam “enriquecer e corrigir-se reciprocamente”.

OC

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Agência ECCLESIA

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