Vaticano: Francisco propõe «trabalho de integração» dos divorciados que voltaram a casar

Exortação do Papa após o Sínodo da Família está a ser concluída

Lisboa, 18 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa adiantou hoje aos jornalistas que a sua exortação apostólica, com as conclusões do Sínodo da Família, está a ser concluída e defende um “trabalho de integração” dos divorciados que voltaram a casar.

“Integrar na Igreja não significa comungar, porque eu conheço católicos recasados que vão à igreja uma ou duas vezes por ano [e dizem]: «Eu quero comungar», como se fosse uma honorificência”, explicou aos jornalistas, durante o voo de regresso a Roma, após a visita de seis dias a Cuba e ao México.

Para Francisco, neste trabalho de integração “todas as portas estão abertas”, mas não é possível dizer que “de agora em diante” todos vão poder comungar.

“Isso seria ferir os cônjuges, o casal, porque não lhes permitiria fazer esse caminho de integração”, advertiu.

Neste contexto, evocou o testemunho de um casal mexicano, casados civilmente porque a mulher é divorciada, que falou durante o encontro com as famílias, na segunda-feira.

Humberto e Cláudia falaram diante do Papa sobre um dos temas que tem sido mais debatido desde o Sínodo dos Bispos sobre a família: "Não podemos aceder à Eucaristia, mas podemos comungar através do irmão em necessidade".

Segundo Francisco, “os dois eram felizes”.

“A sua integração ficou por ali, se houver algo mais, o Senhor irá dizer-lhes. Mas é um caminho, uma estrada”, precisou.

O Papa adiantou que o documento pós-sinodal vai retomar a reflexão sobre a “pastoral das famílias feridas”, bem como sobre a “preparação para o matrimónio”.

“Para um Sacramento que é para toda a vida, 3-4 conferências…”, lamentou.

Francisco acrescentou que outro capítulo “muito interessante” será dedicado ao tema da “educação dos filhos”, da falta de tempo dos pais.

“A palavra-chave que o Sínodo usou e que eu vou retomar é ‘integrar’ na vida da Igreja as famílias feridas, as famílias de recasados, mas não devemos esquecer-nos de pôr as crianças no centro. São as primeiras vítimas, seja das feridas, seja das condições de pobreza”, realçou.

OC

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Agência ECCLESIA

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