México, Estados Unidos da América, Espanha e Japão entre destinos possíveis
Lisboa, 18 ago 2014 (Ecclesia) – O Papa disse hoje que a China está entre as suas prioridades, confessando que gostaria de visitar o país asiático, que sobrevoou a caminho da Coreia do Sul, onde esteve entre quinta-feira e hoje.
Em conferência de imprensa de regresso a Roma, Francisco revelou que rezou “intensamente” pelo “nobre e sábio povo” chinês, dentro do cokpit, quando o avião passou no espaço aéreo do país, algo que aconteceu pela primeira vez na história dos pontificados.
O Papa citou a carta que o seu predecessor, Bento XVI, enviou à China e realçou que a Santa Sé “está sempre em contacto (com Pequim), porque tem uma estima verdadeira pelo povo chinês”.
Nesse contexto, observou que visitaria a China "amanhã", se houvesse oportunidade, apesar de a Santa Sé não ter relações diplomáticas com o regime comunista e das questões que separam as duas partes, como a liberdade religiosa ou a nomeação de bispos.
"A Igreja apenas pede a liberdade para fazer o seu trabalho", explicou.
Francisco explicou depois porque é que escolheu a Albânia para a sua primeira viagem à Europa, marcada para 21 de setembro, afirmando que quer começar “pela periferia”.
“A presença do Papa quer dizer a todos os povos que é possível trabalharmos juntos”, destacou, elogiando a cooperação inter-religiosa na sociedade albanesa.
Francisco já tem viagem marcada ao Sri Lanka e Filipinas em janeiro de 2015 e admitiu que tem recebido uma “enxurrada” de convites de todo o mundo, incluindo o México, Estados Unidos da América (que em 2015 recebem o Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia) e Espanha.
Outro convite chegou do Japão, um país de “cristãos escondidos” que sofreram como os da Coreia, ao longo da história, e disse que essa viagem seria “maravilhosa”.
O Papa elogiou os coreanos por nunca terem perdido a sua “dignidade” apesar das guerras e invasões, dando como exemplo as mulheres forçadas à escravidão sexual pelos japoneses, durante a II Guerra Mundial, com quem se encontrou brevemente esta segunda-feira.
“Elas nunca perderam a sua dignidade”, insistiu.
Em relação às manifestações de apoio aos familiares das vítimas do naufrágio do Sewol, na Coreia, o pontífice argentino defendeu que "com a dor humana não se pode ser neutro".
Os jornalistas perguntaram a Francisco pelos resultados da invocação pela paz na Terra Santa que juntou no Vaticano os presidentes de Israel e da Palestina e o Papa respondeu que “não foi um fracasso”.
“Hoje não conseguimos ver a porta através do fumo das bombas, mas está aberta”, observou, sublinhando a importância da oração.
OC