Papa desafiou os cristãos a «medirem» a sua vida cristã a partir das «Bem-aventuranças» como forma de reconhecer «no pobre» a presença de Deus
Cidade do Vaticano, 06 ago 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco recordou hoje o sofrimento da população chinesa vítima do sismo que abalou no passado domingo, a província de Yunnan, tendo morto mais de 500 pessoas e desalojado cerca de 230 mil.
“Quero exprimir a minha proximidade à população da província chinesa de Yunnan, afetada no passado domingo por um terramoto que provocou numerosas vítimas e danos”, afirmou o Papa no final da audiência desta quarta-feira, retomada hoje na sala Paulo VI.
A província de Yunnan, na região de Zhaotong, a sudoeste da República Popular da China, foi abalada por um sismo com 6,1 de magnitude provocando, segundo o último balanço feito pelo governo chinês, mais de 2400 pessoas feridas, 230 mil deslocados e mais de 80 mil casas danificadas ou destruídas.
“Rezo pelos defuntos e pelas suas famílias, pelos feridos e por todos quantos perderam as suas casas. O Senhor dê conforto, esperança e solidariedade nesta prova”.
Francisco apelou aos presentes para “medirem” a sua vida cristã a partir das «bem-aventuranças”.
“O Senhor vai ser reconhecido se à nossa volta nós o reconhecermos nos pobres, nos esfomeados, nos indigentes e marginalizados, nos que sofrem e estão sós. Este é um dos critérios fundamentais para ver a nossa vida cristã e que Jesus nos convida a medir todos os dias”.
Segundo o Papa, as «Bem-aventuranças» são a “estrada que Deus indica como resposta ao desejo de felicidade inerente no homem.
O capítulo cinco do Evangelho de São Mateus enaltece os “pobres, os mansos, os aflitos, os que têm fome e sede se justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”.
“Estamos habituados a repetir os 10 mandamentos, mas as «Bem-aventuranças» melhoram os mandamentos deixados na antiga aliança”, sugeriu.
Os participantes na audiência foram convidadas a relembrar as «Bem-aventuranças» e a “imprimi-las” no coração.
Francisco desafiou os presentes a quando regressarem a casa, pegarem na Bíblia “que têm em casa ou no bolso” e a lerem as Bem-aventuranças.
“Vão fazê-lo?”, questionou o Papa, recebendo como resposta um sim do público presente na sala Paulo VI.
“São coisas simples mas concretas”, sublinhou o Papa.
Nas saudações em diferentes línguas o Papa quis saudar os peregrinos de árabe, “em especial os do Médio Oriente”
“Rezamos tanto pela paz no Médio Oriente”, afirmou, seguido de um aplauso por parte dos presentes.
Francisco recordou ainda o Papa Paulo VI, no dia em que se assinala o aniversário da sua morte, 6 de agosto de 1978.
“Recordamo-lo com afeto e com admiração, considerando a sua vida totalmente dedicada ao serviço da Igreja, que ele amava de todo o coração. Que o seu exemplo de um servo fiel de Cristo e do Evangelho seja um incentivo e estímulo para todos nós".
LS