Papa refletiu este sábado sobre os desafios da profissão que precisa ter «um olhar real e não apenas virtual»
Cidade do Vaticano, 24 jun 2023 (Ecclesia) – O Papa recebeu este sábado os vencedores da15ª edição do Prémio Internacional de Jornalismo Biagio Agnes, pediu o uso de elementos do trabalho do jornalista: ”o bloco de notas, a caneta e o olhar”.
“O bloco de notas lembra-nos a importância de ouvir, mas, acima de tudo, de nos deixarmos fascinar pelo que acontece. O jornalista nunca é um contador da história, mas uma pessoa que decidiu vivenciar suas implicações com participação, com com-paixão”, referiu o Papa em discurso divulgado pela Santa Sé.
No encontro com os vencedores da 15ª edição do Prémio Internacional de Jornalismo Biagio Agnes, Francisco indicou o bloco de notas e a caneta, “cada vez menos usada”, elementos “com muito para ensinar”.
“A caneta ajuda a elaborar o pensamento, conectando a cabeça e as mãos, promovendo lembranças e ligando a memória ao presente”: “a caneta lembra o ‘ato criativo’ dos jornalistas e dos profissionais da media, ato que exige unir a busca da verdade com a retidão e o respeito pelas pessoas, em particular, com o respeito pela ética profissional, assim como Biagio Agnes fez”, apontou.
Francisco alertou que bloco de notas e a caneta tornam-se “meros acessórios se faltar um olhar para a realidade” e tem de ser um olhar real, não apenas virtual”.
“É necessário um olhar cuidadoso sobre o que está acontecendo para desarmar a linguagem e promover o diálogo”, citação da Mensagem para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de janeiro de 2023.
Francisco felicitou ainda os premiados e encorajou “à difusão de uma informação correta, educando e formando as jovens gerações”, à semelhança de Biagio Agnes (1928-2011), protagonista da empresa pública de rádio e TV da Itália, “defensor do seu serviço público, capaz de intervir com sabedoria e decisão para garantir uma informação autêntica e correta”.
Na sua intervenção Francisco falou ainda das grandes mudanças atuais que também desafiam o dia a dia do jornalista, “chamado a ‘gastar as solas dos sapatos’ ou a caminhar pelas ruas digitais sempre a ouvir as pessoas que encontra”.
SN