Vaticano: Francisco diz que sucesso da Igreja tem de se medir para lá de critérios humanos

Papa alerta para perigo do «ativismo» na vida dos padres e dos religiosos

Cidade do Vaticano, 07 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que o sucesso da ação da Igreja se mede para lá de critérios humanos, alertando para os riscos do “ativismo” na vida dos padres e das pessoas consagradas.

“A fecundidade pastoral, a fecundidade do anúncio do Evangelho não deriva do sucesso nem do insucesso, segundo critérios de avaliação humana, mas do conformar-se com a lógica da Cruz de Jesus, que é a lógica de sair de si mesmo e dar-se, a lógica do amor”, declarou, na homilia da missa a que presidiu na Basílica de São Pedro.

Segundo o Papa, “o risco do ativismo, de confiar demasiado nas estruturas, está sempre à espreita”.

“A difusão do Evangelho não é assegurada pelo número das pessoas, nem pelo prestígio da instituição, nem ainda pela quantidade de recursos disponíveis. O que conta é estar permeados pelo amor de Cristo, deixar-se conduzir pelo Espírito Santo”, advertiu.

Perante os participantes na peregrinação mundial de seminaristas, noviços e “jovens em caminhada vocacional”, no contexto do Ano da Fé (outubro de 2013-novembro de 2013), Francisco pediu um “relacionamento constante com Deus” para que esta missão seja mais do que uma profissão.

“Não é uma profissão, é uma coisa diferente”, insistiu.

Para o Papa, é importante que cada consagrado e membro do clero cultive “a dimensão contemplativa, mesmo no turbilhão dos compromissos mais urgentes e prementes”.

“Quanto mais a missão vos chamar para ir para as periferias existenciais, tanto mais o vosso coração se mantenha unido ao de Cristo, cheio de misericórdia e de amor”, acrescentou.

Francisco deixou votos de que os participantes nesta jornada sintam a alegria de levar ao mundo a “consolação” e a “ternura materna” de Deus que trata cada pessoa como uma mãe “consola o seu filho”.

“Não tenhais medo, o Senhor é o Senhor da consolação, da ternura, o Senhor é pai, Ele diz que fará connosco como uma mãe ao seu filho”, observou.

O Papa destacou a importância de testemunhar “a misericórdia, a ternura do Senhor, que aquece o coração, desperta a esperança, atrai para o bem”.

A homilia falou em três “pontos de referência da missão cristã”: a alegria da consolação, a cruz e a oração.

“O mistério pascal é o coração palpitante da missão da Igreja. E, se permanecermos dentro deste mistério, estamos a coberto quer de uma visão mundana e triunfalista da missão, quer do desânimo que pode surgir à vista das provas e dos insucessos”, destacou.

Francisco referiu, por outro lado, que “os trabalhadores para a messe não são escolhidos através de campanhas publicitárias ou apelos ao serviço e à generosidade”: “É Ele (Deus) que escolhe, é Ele que manda, é Ele que dá a missão”.

OC

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