Vaticano: Francisco denuncia «espiral de violência» na República Centro-Africana, que espera visitar este mês

Papa manifesta apoia à paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que acolhe deslocados

Cidade do Vaticano, 01 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa manifestou hoje no Vaticano a sua “grande preocupação” com a situação na República Centro-Africana, um cenário de violência que coloca em risco a sua viagem ao país, programada para o final de novembro.

“Os dolorosos episódios que nestes últimos dias agravaram a delicada situação da República Centro-Africana suscitam no meu espírito forte preocupação. Apelo a todas as partes envolvidas para que se ponha fim a esta espiral de violência”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a recitação do ângelus.

Francisco disse estar “espiritualmente próximo” dos padres combonianos da paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Bangui, que acolhem “numerosos deslocados”.

“Tenho a intenção de abrir a porta santa da Catedral de Bangui no domingo, 29 de novembro, durante a viagem que espero poder realizar a essa nação”, referiu.

O Papa manifestou a sua solidariedade à Igreja e às várias confissões religiosas presentes na República Centro-Africana, “tão duramente provadas enquanto fazem todos os esforços para superar as divisões e retomar o caminho da paz”.

A viagem do Papa a este país, prevista para os próximos dias 29 e 30, depois de passagens pelo Quénia e o Uganda, tem a intenção e “manifestar a proximidade orante da Igreja” a um país “tão atormentado” e exortar todos os centro-africanos a ser “cada vez mais testemunhas da misericórdia e da reconciliação”.

Num país que procura recuperar das feridas da guerra civil, Francisco tenciona deslocar-se a um campo de refugiados e reunir-se com a comunidade muçulmana.

Segundo os missionários combonianos, “muitas pessoas” forma mortas nos últimos dias em novos confrontos armados no bairro muçulmano Pk5 de Bangui, capital da República Centro-Africana, onde várias casas e uma igreja protestante foram incendiadas.

“Segundo as informações disponíveis, as violências teriam sido desencadeadas pelo linchamento e assassinato de alguns jovens muçulmanos”, adiantam os religiosos, através da sua página na internet.

A violência tem atingido também funcionários da Cruz Vermelha, mesmo quando procuravam levar feridos para os hospitais.

Milhares de pessoas procuram refúgio nas paróquias e em mosteiros católicos na área da capital centro-africana.

As eleições presidenciais e parlamentares, após o período de transição, estão marcadas para 13 de dezembro, depois de terem sido adiadas por causa da violência e de problemas burocráticos.

Em março de 2013, o presidente Bozizé foi deposto pelos rebeldes do ‘ Seleka’, levando a uma crise política e a graves confrontos entre comunidades muçulmanas e cristãs.

OC

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