Vaticano: Francisco considera falta de instrução como «grande injustiça»

Papa prosseguiu reflexão sobre as Obras de Misericórdia, destacando empenho católico no campo da educação

Cidade do Vaticano, 23 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco condenou hoje no Vaticano a “grande injustiça” da falta de instrução e do analfabetismo, que afeta em particular as crianças.

“Não se pode entender que haja crianças analfabetas num mundo onde o progresso técnico, científico, já chegou tão longe. Isto não se consegue entender e é uma injustiça”, declarou, na audiência pública semanal que decorreu na sala Paulo VI.

Francisco alertou para as consequências da falta de instrução, uma situação de “grande injustiça” que atinge a própria “dignidade da pessoa”.

“Sem instrução, é mais fácil cair nas redes da exploração e das várias formas de problemas sociais”, realçou.

O Papa falou do compromisso da Igreja Católica no campo da educação, recordando a escola de São Justino, no século II, e a figura de São José de Calasanz (1557-1648), sacerdote espanhol que fundou as “primeiras escolas populares gratuitas da Europa”.

Francisco evocou ainda o exemplo de São João Bosco (1815-1888), fundador dos salesianos, e as suas “escolas profissionais” que ajudaram muitos jovens a encontrar trabalho.

“A instrução, portanto, é verdadeiramente uma peculiar forma de evangelização”, sublinhou.

A tradicional catequese prosseguiu o ciclo de reflexão sobre as obras de misericórdia, abordando hoje duas obras espirituais, “dar bom conselho e ensinar os ignorantes”.

Francisco defendeu que manifestar misericórdia pelos inseguros equivale “a aliviar a dor e o sofrimento que provêm do medo e da angústia que são consequências da dúvida”.

Segundo o Papa, as dúvidas em matéria de fé podem ter um sentido positivo, levando cada pessoa “a aprofundá-la”, mas é necessário que não se fique pelo questionamento.

“Não façamos da fé uma teoria abstrata, onde as dúvidas se multiplicam, mas uma vida, procurando pô-la em prática no serviço aos nossos irmãos, sobretudo aos mais necessitados”, acrescentou.

No final do encontro com milhares de peregrinos, Francisco evocou o encerramento do Jubileu da Misericórdia, no último domingo, referindo que “não se fechou, no entanto, o coração misericordioso de Deus”.

“Da mesma forma, não fechemos os nossos corações e não deixemos de cumprir sempre as obras de misericórdia corporais e espirituais”, apelou.

Aos fiéis de língua portuguesa, o Papa deixou um “obrigado” pela sua presença e as suas orações.

“À Virgem Maria confio os vossos passos ao serviço do crescimento em dignidade humana e divina dos nossos irmãos e irmãs. Sobre vós, vossas famílias e paróquias desça a bênção do Senhor!”, declarou.

OC

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Agência ECCLESIA

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