Santa Sé divulgou conversa entre Francisco e romenos apoiados pela ONG «protagonistas na educação»
Cidade do Vaticano, 20 fev 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco confessou a um grupo de jovens e crianças da Roménia que se emocionou com a questão colocada por um deles, sobre os motivos que o teriam levado a ser abandonado pela sua mãe.
“Quando li a tua pergunta, antes de antes de dar indicações para redigir o discurso, eu chorei. Estive ao teu lado, com algumas lágrimas”, disse, num encontro que decorreu a 4 de janeiro e que foi agora tornado público pela sala de imprensa da Santa Sé.
“Quando falamos de mãe, há sempre qualquer coisa… e naquele momento fizeste-me chorar”, acrescentou Francisco.
A questão do jovem romeno partia da experiência de ter sido abandonado pela sua mãe, num orfanato, com 2 meses de idade; aos 21 anos, procurou a sua mãe, viveu com ela durante duas semanas, mas era maltratado e desistiu.
“Porque é que ela não me aceita?”, perguntou ao Papa.
Francisco respondeu que esta não é uma “questão de culpa”, mas de “grande fragilidade” dos adultos, devida a “tanta miséria, a tantas injustiças sociais que esmagam os pequenos e os pobres, e também a tanta pobreza espiritual”.
“A tua mãe ama-te, mas não sabe como fazê-lo, ela não sabe como expressá-lo. Não consegue porque a vida é difícil, é injusta”, disse.
“Eu prometo rezar para que um dia ela possa fazer-te ver esse amor”, acrescentou o Papa.
Os jovens e crianças que se encontraram com o Papa são apoiados pela ONG ‘protagonistas na educação’, inspirada na obra do padre Luigi Giussani, fundador do movimento católico Comunhão e Libertação.
Francisco admitiu que, muitas vezes, não há resposta para algumas questões, pelo menos uma “resposta humana”.
“Nenhum de nós pode dizer que uma pessoa não foi para o céu. Digo-te uma coisa que talvez te surpreenda: nem mesmo de Judas podemos dizer isso”, assinalou, numa passagem da intervenção, disponível online.
OC