Vaticano: Fecundidade pastoral deve caracterizar vida dos sacerdotes, das religiosas e dos religiosos

Papa Francisco falou a seis mil seminaristas, noviças e noviços sobre o desafio da alegria, que não está no «carro do último modelo» ou nos divertimentos em «locais mais em voga»

Cidade do Vaticano, 06 jul (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que os sacerdotes, as religiosas e os religiosos têm de procurar a “fecundidade pastoral” capaz de dar alegria e pediu-lhe para não serem “estéreis”.

O Papa falava a cerca de seis mil seminaristas e candidatos a institutos de vida religiosa, que promoveram uma peregrinação ao Vaticano no âmbito do Ano da Fé, num encontro longo, onde recordou muitas histórias pessoais e, através do bom humor e de uma linguagem coloquial, apresentou temáticas relacionadas com a vida sacerdotal e consagrada.

“Quando entrei vi o que tinha escrito e que deveria dizer-vos uma palavra. A palavra é alegria!”, referiu o Papa alguns minutos após ter iniciado o seu discurso.

Para Francisco, a alegria deve caracterizar a vida dos sacerdotes, das religiosas e dos religiosos e quando não a transparecem não é por causa de um problema psiquiátrico, mas por causa do “problema do celibato”.

O Papa Francisco explicou que os sacerdotes e as consagradas e consagrados fazem o voto de castidade e do celibato, que se realiza ao longo de toda a vida na “paternidade e a maternidade pastoral”.

“Quando um padre não é pai da sua comunidade e quando uma irmã não é mãe de todos aqueles com quem trabalha, torna-se triste”, afirmou o Papa.

“Não se pode pensar um padre ou uma irmã que não sejam fecundos. Isto não é católico”, disse o Papa.

Para Francisco, a alegria não se encontra nos últimos modelos de smartphones, nas coisas que se possuem, nas “roupas da moda” ou nos “divertimentos em locais mais em voga”.

“Não digo que as irmãs vão a esses locais, mas os jovens em geral”, brincou o Papa.

Já sobre os bens que se possuem, o Papa disse não se sentir bem quando vê “um padre ou uma irmã com o carro do último modelo”.

“Não pode ser! O carro é necessário. Mas arranjem um carro humilde… Pensem em quantas crianças morrem de fome. Só nisso!”, afirmou.

O Papa desafiou os candidatos ao sacerdócio e à vida religiosa a escolhas definitivas na vida, reprovando a “cultura do provisório” que caracteriza as sociedades contemporâneas.

O Papa Francisco desafiou ainda os presentes à autenticidade, à coerência e a um percurso formativo que inclua quatro “pilares”: “vida espiritual, vida intelectual, a vida apostólica e a vida comunitária”.

Francisco falou também de uma situação “terrível” e “muito comum” no mundo clerical e religioso: “murmúrio”, o “dizer mal”, o “falar pelas costas”

“Tantas vezes o faço e envergonho-me”, disse o Papa, desafiando à amizade e à fraternidade no interior das comunidades religiosas e diocesanas.

A peregrinação a Roma reúne seminaristas, noviças, noviços e quantos estão realizar um caminho vocacional de 66 países.

O encontro começou na quinta-feira e termina este domingo com a celebração da missa na Praça de S. Pedro, presidida pelo Papa Francisco.

PR

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