O Vaticano divulgou uma circular da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), na qual se informa os bispos de todo o mundo sobre a situação da associação «Opus angelorum» (Engelwerk), ligada à devoção dos anjos.
Em nota de imprensa, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, assinala que o documento visa actualizar os responsáveis eclesiais sobre a situação “doutrinal e canónica” da referida associação.
Em 1983, os membros do “Opus Angelorum” tinham sido proibidos de utilizar “as teorias provenientes de alegadas revelações privadas” a Gabriele Bitterlich (1896-1978), sobre o “mundo dos anjos, seus nomes pessoais, seus agrupamentos e funções”.
Quase trinta anos depois, os responsáveis pela CDF consideram que “hoje, graças à obediência demonstrada pelos seus membros, o Opus Angelorum vive leal e serenamente em conformidade com a doutrina da Igreja e as normas litúrgicas e canónicas”.
A 31 de Maio de 2000, esta Congregação aprovou a fórmula de uma consagração aos Santos Anjos para o Opus Angelorum e, posteriormente, aprovou um estatuto onde, entre outras coisas, se definem as relações entre a associação e a Ordem dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz.
“Tal como hoje se apresenta, o Opus Angelorum é, portanto, uma associação pública da Igreja em conformidade com a doutrina tradicional e as directivas da Suprema Autoridade”, pode ler-se na circular da CDF.
Apesar desta situação, a Congregação alerta para “ um certo número de membros do Opus Angelorum, entre os quais se encontram também diversos sacerdotes saídos ou expulsos da Ordem dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz”, que “professa e pratica tudo o que foi proibido” pela Santa Sé.
“A Congregação para a Doutrina da Fé convida, portanto, os Ordinários a vigiar sobre tais actividades desagregadoras da comunhão eclesial, proibindo-as, quando aparecerem nas suas dioceses”, indica o documento, assinado pelo Cardeal William Levada, prefeito da CDF.