Vaticano explica funcionamento do Sínodo aos jornalistas

O Vaticano promove esta Sexta-feira, 3 de Outubro, um encontro com os jornalistas para explicar “o sentido e o desenvolvimento” da XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que decorrerá de 5 a 26 do próximo mês. Presente estará D. Nikola Eterović, Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos. O tema da reunião magna dos episcopados de todo o mundo é “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”. Portugal será representado por D. Anacleto Oliveira e D. António Taipa, respectivamente Bispos Auxiliares de Lisboa e do Porto. Segundo o documento de trabalho deste Sínodo, apesar dos muitos progressos realizados, há ainda “aspectos problemáticos” em aberto, como a ignorância e um “notável alheamento” de muitos cristãos em relação à Bíblia. Sínodo dos Bispos Etimologicamente, a palavra “sínodo” deriva dos termos gregos “syn” (que significa com, em conjunto) y “odos” (que significa caminho), expressando a ideia de caminhar juntos. O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de Bispos que representa o episcopado de todo o mundo e tem como tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja, com o seu conselho, para procurar soluções pastorais que tenham validade e aplicação universal. Mais de 40 anos depois da sua criação, por Paulo VI (15.09.1965), a experiência sinodal caminha para a sua XII assembleia ordinária, a que se junta duas assembleias extraordinárias e oito especiais. A continuidade é garantida pelas normas contidas na Carta Apostólica “Apostolica sollicitudo” e pelo “Ordo Synodi”, promulgados em 1965 por Paulo VI e parcialmente revistos por João Paulo II. Esta instituição permanente nasceu como resposta aos anseios dos padres do II Concílio do Vaticano, como forma de manter vivo o espírito de colegialidade nascido na experiência conciliar. Ainda Arcebispo de Milão, Paulo VI foi um dos principais motores da ideia de uma “contínua colaboração do episcopado”. Já como Papa, no discurso inaugural da última sessão do Concílio (14.09.1965), tornou pública a sua intenção de instituir o Sínodo dos Bispos. No dia seguinte foi aprovado o Motu Proprio “Apostolica sollicitudo”, que instituía oficialmente o Sínodo, serviço à comunhão e à colegialidade de todos os Bispos com o Papa. Não se trata, por isso, de um organismo particular com competências limitadas, como as Congregações e os Conselhos Pontifícios da Cúria Romana. O Sínodo dos Bispos e a sua secretaria-geral permanente não fazem parte dessa mesma Cúria Romana e não dependem dela, estando directa e exclusivamente debaixo da autoridade do Bispo de Roma. Apesar de ser uma instituição de carácter permanente, as funções e a colaboração concreta do Sínodo não têm esse carácter: ele reúne-se e actua apenas quando o Papa considera necessário e oportuno consultar o episcopado. A finalidade de cada assembleia sinodal é a de viver uma experiência de colegialidade entre o episcopado e o Papa. Este, ao aceitar as sugestões ou conclusões de determinada assembleia, permite que o episcopado exerça uma actividade colegial que se aproxima, sem coincidir, com a de um Concílio Ecuménico.

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