Organismo reuniu em assembleia plenária para analisar o trabalho feito junto das Igrejas locais
Cidade do Vaticano, 12 out 2015 (Ecclesia) – A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, criada pelo Papa Francisco, esteve nos últimos três dias reunida no Vaticano para analisar as informações dos vários grupos constituídos no âmbito dos abusos detetados na Igreja Católica.
O serviço informativo da Santa Sé destaca o impacto “muito positivo” do organismo que, “desde que foi estabelecido, tem sido convidado a colocar a perícia interdisciplinar dos seus membros ao serviço da Igreja, um pouco por todo o mundo”.
Só nas Filipinas, um seminário sobre proteção de menores “juntou 76 bispos”, recorda a Santa Sé, que dá conta também de outras iniciativas do género realizadas “na Irlanda, no Reino Unido, em França, na Nova Zelândia e nas Ilhas do Pacífico”.
Segundo aquilo que o Vaticano apurou, a Comissão é vista como um recurso fundamental para o trabalho das Igrejas locais.
Esta foi a segunda vez que a Comissão Pontifícia reuniu em assembleia-plenária, desde que foi criada pelo Papa Francisco em março de 2014.
Em cima da mesa estiveram matérias como a “formação dos candidatos ao sacerdócio e à vida religiosa”, a “preparação dos líderes católicos”, o “cuidado pelas vítimas de abusos e suas famílias” e “as normas canónicas e civis” que se enquadram nestes casos.
Entre outras áreas, os referidos grupos têm-se debruçado também sobre “a avaliação feita às pessoas acusadas de abuso” e a “educação de famílias e comunidades”.
O encontro começou com uma missa presidida pelo Papa Francisco, na última sexta-feira, na capela da Casa de Santa Marta.
Atualmente, a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, presidida pelo cardeal norte-americano Sean Patrick O’Malley, tem como membros o monsenhor Robert Oliver (secretário), também dos EUA; o padre e psicólogo Luis Manuel Ali Herrera, da Colômbia; e as pedopsiquiatras Catherine Bonnet, de França, e Sheila Hollins, do Reino Unido.
Participam também a antiga primeira-ministra polaca Hanna Suchocka, do psicoterapeuta Gabriel Dy-Liacco, das Filipinas, dos jesuítas Humberto Miguel Yáñez, da Argentina, e Hans Zollner, da Alemanha; do canonista Claudio Papale, da Itália; e de Marie Collins, da Irlanda, que foi abusada na sua juventude.
A próxima assembleia plenária da Comissão está marcada para fevereiro de 2016.
VIS/JCP