Vaticano: Enviado do Papa e representante especial do governo chinês manifestam «grande preocupação» com guerra na Ucrânia

Cardeal D. Matteo Zuppi e Li Hui conversaram telefonicamente e abordaram «necessidade de promover o diálogo» entre partes do conflito

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 15 ago 2024 (Ecclesia) – A Santa Sé confirmou hoje que o enviado especial do Papa para a missão de paz na Ucrânia conversou telefonicamente com um responsável da diplomacia de Pequim, na China, tendo sido apresentada “grande preocupação” com o conflito na Europa.

“Durante a conversa telefónica, foi manifestada grande preocupação com a situação e a necessidade de promover o diálogo entre as partes, com garantias internacionais adequadas para uma paz justa e duradoura”, pode ler-se no comunicado.

A nota informa que a “conversa cordial” entre o cardeal D. Matteo Zuppi e o Li Hui, representante especial do governo chinês para os assuntos eurasiáticos, aconteceu esta quarta-feira de manhã, “no âmbito da missão confiada ao Cardeal pelo Papa Francisco para a paz na Ucrânia e na sequência do encontro em Pequim em setembro passado”.

O pontífice enviou em 2023 o cardeal D. Matteo Zuppi para a Ucrânia, visando “aliviar as tensões no conflito na Ucrânia, na esperança, nunca perdida pelo Santo Padre, de que isso pudesse iniciar caminhos de paz”.

Entre junho e julho do passado ano, o também presidente da Conferência Episcopal Italiana esteve em Kiev (Ucrânia), Moscovo (Rússia) e Washington (EUA), onde se encontrou com representantes políticos e eclesiásticos.

Já em setembro de 2023, o cardeal D. Matteo Zuppi reuniu-se em Pequim (China), com Lui Hui e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China onde abordaram a guerra na Ucrânia a as “suas dramáticas consequências, sublinhando a necessidade de unir esforços para favorecer o diálogo e encontrar percursos que levem à paz”, informou a Santa Sé na altura.

O cardeal D. Matteo Zuppi publicou esta quinta-feira, Solenidade da Assunção da Virgem Maria, um editorial no jornal diário italiano Avvenire, onde se centra nas feridas do mundo de hoje.

“A Mãe conhece a dor e a sua dor faz-nos compreender a dor daqueles que sofrem”, afirmou, referindo que hoje, na celebração da Assunção de Maria, “está sempre presente a Mater Dolorosa [Maria, Mãe das Dores] com as ’sete espadas’ que lhe trespassam o coração”.

Apelando à busca da paz, o cardeal reteve-se no pormenor das imagens de Maria que se encontram presentes em “tantos países”.

“Ela está na Europa, na Rússia e na Ucrânia, na Terra Santa, no Médio Oriente, em África e em todo o mundo onde eclodem guerras que matam vítimas inocente”, escreveu.

LJ

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Agência ECCLESIA

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