António Almeida Ribeiro recorda apelos de Francisco em favor do diálogo
Roma, 13 jan 2014 (Ecclesia) – O embaixador de Portugal junto da Santa Sé, António Almeida Ribeiro, destacou hoje o compromisso do Papa Francisco em favor do diálogo e da promoção da paz a nível internacional, em especial na Síria.
“A situação na Síria é muito complicada, continua muito complicada, mas mais uma vez o Papa apela ao diálogo entre todas as partes para se poder alcançar uma solução duradoura, de paz e de estabilidade”, disse à Agência ECCLESIA o diplomata português, que participou pela primeira vez na apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao Papa, esta manhã.
António Almeida Ribeiro recorda a carta enviada pelo Papa ao presidente russo, Vladimir Putin, em setembro, antes da reunião do G20, numa altura em que parecia “iminente” uma intervenção internacional na Síria.
“Essa carta foi vista como um contributo decisivo para que a intervenção externa não se realizasse. É de valorizar muito esta posição do Papa”, afirma
Francisco alertou hoje os membros do corpo diplomático acreditados na Santa Sé para as “imagens de destruição e de morte” que chegam de vários pontos do globo, com destaque para a guerra na Síria.
“Não deixo de esperar que tenha finalmente um fim o conflito na Síria”, declarou, numa audiência em que recordou a realização da conferência de paz ‘Genebra 2’, iniciativa da Rússia, Estados Unidos da América e ONU que vai decorrer no próximo dia 22, tentando garantir uma solução política para a guerra civil na Síria, que terá provocado mais de 120 mil mortos desde março de 2011.
O Papa deixou votos de que esta iniciativa “marque o início do desejado caminho de pacificação”.
O embaixador português teve oportunidade de trocar algumas palavras com o Papa, num breve cumprimento em que manifestou a gratidão dos portugueses pela “devoção” que Francisco tem mostrado por Fátima.
António Almeida Ribeiro recorda uma cerimónia “muito emocionante” na qual o Papa se referiu às principais questões de política internacional.
O responsável destaca as preocupações que Francisco tem manifestado em relação aos refugiados e migrantes, à “cultura do desperdício” e à fome, para além da “defesa da família e da vida”.
Para o embaixador, o Papa tem sido uma voz importante na defesa do diálogo e da negociação diplomática como “única via para resolver os conflitos”.
OC