Vaticano: É «terrível» justificar morte e violência com o nome de Deus – Papa Francisco

200 membros de várias religiões encontraram-se por ocasião do Jubileu da Misericórdia

Cidade do Vaticano, 03 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje no Vaticano duas centenas de representantes de várias religiões, comprometidos no campo da solidariedade, aos quais pediu que rejeitem qualquer violência em nome de Deus.

“É terrível que, para justificar barbáries, seja por vezes invocado o nome de uma religião ou do próprio Deus”, declarou Francisco.

O encontro, na Sala Clementina do palácio apostólico, aconteceu no contexto do Jubileu da Misericórdia que a Igreja Católica está a viver até ao próximo dia 20, por iniciativa do Papa.

O pontífice argentino deixou votos de que “nunca mais aconteça” que as religiões, por causa do comportamento de alguns dos seus membros, transmitam uma mensagem que não seja conforme à “misericórdia”.

“Infelizmente, não passa um dia sem que se ouça falar de violência, conflitos, raptos, ataques terroristas, vítimas e destruições”, lamentou.

Francisco defendeu que as religiões se devem unir para condenar “de forma clara” todos estes comportamentos, que “profanam o nome de Deus” e “inquinam a busca religiosa”.

O Papa apelou a um “encontro pacífico entre crentes” e a uma “real liberdade religiosa”, para que as várias confissões possam ajudar a humanidade a derrubar os “muros erguidos pelo orgulho e o medo”.

A intervenção sublinhou a importância de viver a misericórdia com ações concretas, no “serviço fraterno” ao próximo, indo ao encontro das situações que precisam de maior cuidado, como “a doença, a deficiência, a pobreza, a injustiça”, os conflitos e as migrações.

“O homem tem sede de misericórdia e não há tecnologia que o possa dessedentar: procura um afeto que vá para lá da consolação do momento, um porto seguro onde possa atracar o seu navegar inquieto, um abraço infinito que perdoa e reconcilia”, declarou o Papa.

Francisco falou num tempo de “fraternidade”, em que as religiões se encontram e dialogam, “sem sincretismos”, para se conhecerem e compreenderem melhor.

OC

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Agência ECCLESIA

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