Testemunhos evocam legado do «padre Roberto», com destaque para ação junto das populações excluídas
Cidade do Vaticano, 20 jun 2025 (Ecclesia) – Os meios de comunicação do Vaticano estrearam hoje um documentário de 45 minutos sobre a vida do atual Papa, como missionário e bispo no Peru, com imagens inéditas do então jovem padre “Roberto”.
Os testemunhos, em espanhol e línguas indígenas, recordam um religioso “simples” e atento aos mais necessitados, ao longo de várias décadas.
“Tratava todos por igual”, refere uma das pessoas entrevistadas.
A produção audiovisual passa por Chiclayo, Chulucanas, Callao, Lima e Trujillo, apresentando a figura de Leão XIV, missionário da Ordem de Santo Agostinho (OSA), pelas “vozes e testemunhos daqueles que o conheceram, colaboraram com ele ou receberam a sua ajuda como missionário e pastor”.
Robert Francis Prevost foi enviado pela OXA para trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, Peru (1985-1986); em 1988 seguiu para a missão de Trujillo como diretor do projeto de formação comum para os aspirantes agostinianos dos Vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac.
Enquanto religioso foi prior de comunidade (1988-1992), diretor de formação (1988-1998) e professor (1992-1998); na Arquidiocese de Trujillo foi vigário judicial (1989-1998), professor de Direito Canónico, Patrística e Moral no Seminário Maior “São Carlos e São Marcelo”.
Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Mãe do Bom Conselho (Chicago) e, dois anos e meio depois, o capítulo geral ordinário escolhe-o como responsável mundial da Ordem de Santo Agostinho, que exerceu durante 12 anos (2001-2013).
O Papa Francisco nomeou-o administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru) a 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar; foi ordenado bispo a 12 de dezembro de 2014, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na Catedral da sua diocese.
Francisco nomeou-o membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020, ano em que foi designado administrador apostólico da Diocese de Callao.
O trabalho foi realizado pelos jornalistas Salvatore Cernuzio, Felipe Herrera-Espaliat e Jaime Vizcaíno Haro, passando por cidades pequenas e grandes, vilas, distritos, subúrbios, paróquias, colégios e casas religiosas.
O impacto da pandemia de Covid-19, o trabalho com as pessoas mais desfavorecidas e junto das vítimas de inundações são retratados na produção.
“Mais de um mês após sua eleição, todos no Peru falam de Leão XIV. Todos o descrevem com carinho e saudade, todos se lembram do bem recebido”, refere o portal de notícias do Vaticano.
“O Papa é peruano”, dizem os habitantes do país, especialmente no norte, onde o padre “Roberto” esteve cerca de 20 anos.
O documentário passa pela periferia de Pachacútec, em Callao (Lima), mostrando extensões de favelas – ‘pueblo nuevo’ –, onde pequenas igrejas mostram a foto do Papa.
“O agostiniano Prevost, por quase 22 anos, formou-se como missionário e formou os professos, viveu, falou, ensinou, brincou, cantou. Celebrou Missas e organizou retiros com grupos de trabalhadoras sexuais, mulheres vítimas de tráfico ou forçadas à prostituição, para ouvir seus problemas e ajudá-las a sair do circuito e abrir negócios e lojas”, relatam os autores do documentário.
OC