Representante da Santa Sé diz que 70% da população mundial vive com restrições à liberdade religiosa
Genebra, Suíça, 02 mar 2012 (Ecclesia) – O representante da Santa Sé no Conselho dos Direitos Humanos da ONU revelou que os ataques contra cristãos no Médio Oriente, África e Ásia triplicaram entre 2003 e 2010.
D. Silvano Tomasi falava esta quinta-feira em Genebra, Suíça, durante a 19ª sessão do organismo das Nações Unidas, afirmando que “cerca de 70% da população mundial vive em países com altas restrições às crenças e práticas religiosas”.
Nesse contexto, o arcebispo italiano alertou em particular para a situação das minorias religiosas e adiantou que o crescimento das restrições à liberdade religiosa afeta “mais de 2,2 mil milhões de pessoas”, que são “vítimas de violência”.
“Em muitos países, está a crescer o fosso entre os princípios declarados e largamente aceites e a sua aplicação diária no terreno”, alertou, numa intervenção hoje enviada à Agência ECCLESIA.
O observador permanente da Santa Sé denunciou “restrições injustas” impostas por alguns governos e pediu “esforços adicionais” da comunidade internacional para ajudar as “vítimas da violência.
Estas iniciativas, acrescentou, têm um caráter de urgência, dado que em “vários países a situação está a piorar”.
“O problema central em relação à promoção e proteção dos direitos humanos na área da liberdade religiosa é a intolerância que leva à violência e ao assassinato de muitas pessoas inocentes, todos os anos, apenas por causa das suas convicções”, disse D. Silvano Tomasi.
Segundo o arcebispo, na origem desta situação estão, entre outras questões, “perceções incorretas do papel da religião” e “ambiguidades subtis no entendimento do secularismo”.
“As religiões não são uma ameaça, mas um recurso”, destacou o representante da Santa Sé, deixando votos de que se interrompa a tendência de “violência crescente” contra as comunidades de fiéis.
OC