Vaticano: Dimensão humana da crise ultrapassa preocupações económicas, refere Francisco

Papa defende «obrigação» de os católicos participarem na vida política

Cidade do Vaticano, 07 jun 2013 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que a atual crise tem uma dimensão “humana” que ultrapassa as dimensões económica e financeira, falando numa “obrigação” dos católicos em participarem na vida política.

“A crise que estamos a viver é uma crise humana. Diz-se que é uma crise económica, do trabalho: estes problemas do trabalho, da economia, são consequências do grande problema humano. O que está em crise é o valor da pessoa humana e nós temos de o defender”, declarou Francisco, que se encontrou com cerca de nove mil alunos e professores de escolas jesuítas da Itália e Albânia.

O Papa destacou que a crise atinge “todo o mundo”, porque “as pessoas não contam, contam os lucros, conta o dinheiro”.

“A pessoa hoje é, ouvi bem, é escrava e nos temos de libertar-nos destas estruturas económicas e sociais que nos escravizam. Esta é uma missão vossa”, disse aos jovens.

“A crise não é uma coisa feia: faz-nos sofrer, é verdade, mas temos de saber ler a crise, o que ela significa, o que tenho de fazer para ajudar a sair da crise”, referiu ainda.

Francisco foi questionado por um professor sobre “o compromisso político e social” dos antigos alunos de colégios como os dos jesuítas e respondeu que a participação dos católicos nestas questões é uma “uma obrigação”.

“Nós, cristãos, não podemos comportar-nos como Pilatos, lavar as mãos. Temos de imiscuir-nos na política, que é uma das formas mais elevadas da caridade, porque procura o bem comum”, observou.

O Papa admitiu que a política está “demasiado suja”, mas questionou se isso não se deve ao facto de os cristãos não se comprometerem o suficiente “com espírito evangélico”.

“Os leigos cristãos têm de trabalhar na política”, defendeu.

OC

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Agência ECCLESIA

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