Francisco propõe valorização da fraternidade numa sociedade «tecnocrática e burocrática»
Cidade do Vaticano, 18 fev 2015 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a fraternidade é um conceito central para o Cristianismo e que, tal como no episódio de Caim e Abel, Deus continua a perguntar a cada um: “Onde está o teu irmão?”.
“Infelizmente, em cada geração, não deixa de repetir-se a dramática resposta de Caim: «Não sei. Sou, porventura, guarda do meu irmão?»”, lamentou Francisco, durante a catequese que apresentou na audiência pública desta semana.
O Papa falava a dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, partindo do primeiro livro da Bíblia, o Génesis, para afirmar que “hoje, mais do que nunca, é necessário colocar a fraternidade no centro desta sociedade tecnocrática e burocrática”.
“Então, a liberdade e a igualdade encontrarão também o seu tom correto”, prosseguiu.
Francisco pediu, à imagem do que fez na última semana, que as famílias tenham a coragem de oferecer aos filhos “uma ampla experiência” de fraternidade.
“Irmão e irmã são palavras que o cristianismo ama muito. E, graças à experiência familiar, são palavras que todas as culturas e todas as épocas compreendem”, precisou.
Segundo o Papa, a “educação para a abertura aos outros” a partir dos laços que se criam entre irmãos “é a grande escola de liberdade e de paz”.
“É precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo: partindo desta primeira experiência, o estilo da fraternidade irradia como uma promessa para toda a sociedade e para as relações entre os povos”, assinalou.
Francisco, que cresceu com quatro irmãos, convidou os presentes na Praça de São Pedro a recordar em silêncio os seus próprios irmãos e irmãs, na oração.
“Ter um irmão ou uma irmã que gosta de ti, é uma experiência forte, impagável, insubstituível”, sustentou.
OC