Padre Federico Lombardi antecipa encontro de Bento XVI com algumas pessoas que foram abusadas por membros do clero
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, admitiu que Bento XVI se vai encontrar com vítimas de abusos sexuais por parte do clero, durante a sua viagem ao Reino Unido.
“Estejam preparados para outros contributos”, disse aos jornalistas, em conferência de imprensa, ao comentar a segunda intervenção do Papa sobre o tema, nesta visita, que foi a homilia da Missa de hoje, 18 de Setembro, na Catedral de Westminster.
À imagem do que aconteceu em anteriores ocasiões, a última das quais em Malta, há menos de seis meses, estes encontros não constam do programa oficial e são tornados públicos apenas depois de terem decorrido.
O director da sala de imprensa da Santa Sé não precisou a altura em que o encontro deverá acontecer, mas deixou claro que “ainda há tempo” para tal.
Na homilia deste Sábado, Bento XVI falou em “vergonha e humilhação”, manifestando “profunda dor” pelo sofrimento causado às vítimas destes “crimes inqualificáveis”.
Para o padre Lombardi, este pedido de desculpa sublinha a importância do arrependimento na “comunidade da Igreja”, que viveu estes crimes no seu campo de actividades.
“Quem tem de ser renovar é a Igreja”, precisou.
O porta-voz do Vaticano afirmou também que o sentido da homilia não foi equiparar mártires às vítimas de pedofilia, “um problema diferente”, sendo verdade que elas tiveram uma experiência de “profundo sofrimento”.
“As vítimas dos abusos sofrem, sofrem terrivelmente”, disse.
A bordo do avião que o trouxe desde Roma, a 16 de Setembro, Bento XVI tinha começado por afirmar que a a Igreja, no seu conjunto, os bispos e o Vaticano, não foram suficientemente “vigilantes, velozes e decididos”, quando chegou a hora de combater os casos de abuso sexual a menores, por parte de sacerdotes.
Octávio Carmo, Agência ECCLESIA, em Londres