Vaticano denuncia tráfico de seres humanos e novas escravaturas

O Vaticano denunciou hoje o tráfico de seres humanos em todo o mundo, que considerou um “fenómeno gravíssimo”. Desde as crianças-soldado às redes de prostituição, o Cardeal Renato Martino considera que é bem visível “a escravidão num mundo que se diz livre e proclama os direitos humanos”. Na conferência de imprensa que serviu para apresentar a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2007, o Cardeal Martino apontou o dedo à “crueldade” do fenómeno do tráfico de pessoas e disse mesmo que este “é muito mais grave” do que o comércio de escravos africanos no passado. “A crueldade do tráfico de seres humanos intensificou-se nos últimos tempos, as pessoas escravizadas dependem em tudo e para tudo dos criminosos que se apoderaram de mulheres e crianças”, alertou o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Este responsável falou do “isolamento” das mulheres migrantes, lamentando que estas caíam, muitas vezes, nas redes do tráfico e da prostituição. Nesse contexto, pediu que os Estados cumpram as leis contra a escravatura e que os criminosos “sejam punidos com rigor”. Sobre o tema escolhido por Bento XVI, “A Família migrante”, o Cardeal Martino defendeu que o Direito Internacional “deve tutelar a unidade familiar”, lamentando as dificuldades que se levantam à “reunificação legal”. O Secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Arcebispo Agostino Marchetto, disse, por sua vez, que os países de acolhimento devem dar as melhores condições possíveis às famílias refugiadas, apelando à “resposta solidária da comunidade”. No contexto mundial, D. Marchetto pediu uma atenção especial aos refugiados iraquianos e às outras “minorias religiosas” deste país que, segundo o Arcebispo italiano, carecem de “medidas urgentes” de protecção.

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