Vaticano: D. Rui Valério realça «comunhão» entre o Papa e Lisboa

Patriarca recebeu pálio das mãos de Francisco, na solenidade de São Pedro e São Paulo

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 29 jun 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa sublinhou hoje a “comunhão” entre a cidade e o Papa, após ter recebido no Vaticano o pálio das mãos de Francisco, na solenidade de São Pedro e São Paulo.

Em declarações enviadas à Agência ECCLESIA, D. Rui Valério afirmou que este é um “momento de afirmação explícita da comunhão com o Santo Padre”, que se estende à diocese e toda a província eclesiástica.

Falando à Canção Nova, após a celebração, o patriarca de Lisboa assumiu o pálio como sinal da “disponibilidade a servir, a estar próximos do povo”.

“O segundo grande valor que emerge é esta disponibilidade para servirmos em tudo e com todo o nosso ser, até à entrega da própria vida, até ao martírio. É um dia particularmente significativo este, exatamente porque nos põe em consonância com o Evangelho, para traduzirmos o Evangelho para a história e para sermos capazes de responder às grandes necessidades do povo”, acrescentou.

O pálio é envergado pelos arcebispos metropolitas nas suas dioceses e nas da sua província eclesiástica – sistema administrativo proveniente da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.

42 arcebispos metropolitas dos cinco continentes, nomeados durante o último ano, receberam o pálio das mãos do Papa.

D. Rui Valério disse ter vivido esta celebração “com um sentimento de gratidão e de grande humildade”.

“A um certo ponto encontrei-me com irmãos arcebispos metropolitas dos Estados Unidos, do Brasil, da Alemanha, da Itália, todos com uma admiração genuína para com o Patriarcado de Lisboa. Verdadeiramente, somos uma Igreja patriarcal de Lisboa, somos uma Igreja particular, é certo, mas com uma forte ressonância pelo mundo além”, declarou.

Em 2015, Francisco decidiu modificar a celebração de entrega dos pálios aos novos arcebispos metropolitas, deixando de impor esta insígnia no Vaticano, uma tarefa agora confiada aos núncios apostólicos (representantes diplomáticos da Santa Sé).

Esta insígnia é feita com a lã de cordeiros brancos e simboliza o Bom Pastor que leva nos ombros o cordeiro até dar a sua própria vida, como recordam as cruzes negras bordadas.

O pálio é envergado pelos arcebispos metropolitas nas suas dioceses e nas da sua província eclesiástica – sistema administrativo proveniente da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.

O patriarca de Lisboa anunciou que o pálio lhe vai ser imposto, pelo núncio apostólico, a 21 de julho, no início da Missa de ordenação episcopal dos novos bispos auxiliares, no Mosteiro dos Jerónimos.

D. Rui Valério foi nomeado como patriarca de Lisboa por Francisco, a 10 de agosto de 2023, sucedendo no cargo a D. Manuel Clemente, que apresentou a sua renúncia ao Papa, após ter atingido o limite de idade (75 anos) determinado pelo Direito Canónico para o exercício do ministério.

Lisboa, onde a presença da Igreja remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, foi elevada a metrópole eclesiástica, em 1393; em 1716 o Papa Clemente XI elevou a capela real a basílica patriarcal, ficando a antiga diocese dividida em duas até 1740, ano em que foi reunificada.

OC

Notícia atualizada às 14h20

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Agência ECCLESIA

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