Igreja tem de deixar de olhar para «indivíduos»
Cidade do Vaticano, 10 out 2015 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) fez esta sexta-feira uma intervenção no Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano para afirmar a necessidade de renovar a Igreja “com critério familiar”.
“A minha intervenção no Sínodo, quer na Congregação Geral quer depois em grupo, é sempre para insistir que a renovação da Igreja tem de ser feita com critério familiar”, afirmou D. Manuel Clemente à Renascença.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, nas comunidades cristãs não se pode olhar para “os indivíduos”, mas para as “agregações familiares”.
“Nas nossas comunidades, temos de deixar de olhar para os indivíduos ou para as massas, mais ou menos praticantes ao domingo, mas para as famílias e as agregações familiares. É certo que algumas estão em estado sacramental e outras já não estão, mas são famílias”, sublinhou.
D. Manuel Clemente defende que as famílias são “realidades básicas” onde se tem de “alicerçar uma verdadeira pastoral”, o que considera “um enorme desafio”.
“Com as grandes aglomerações urbanas, em que as pessoas vêm e vão para todo o lado, e os seus parentes ficam num sítio e eles já estão noutro, é um enorme desafio”, sustenta o presidente da CEP.
Na sua intervenção no Sínodo dos Bispos, D. Manuel Clemente falou de um “enorme desafio" para a Igreja, considerando que também o é em “termos sociais” porque “a sociedade assim não se aguenta”.
O cardeal-patriarca de Lisboa recordou que foram os “nexos familiares” que ajudaram a ultrapassar os anos de crise social e económica.
“Na crise que nos tocou, o que nos valeu em muitos casos foram os nexos familiares que até se recuperaram”, afirmou.
A décima quarta Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos decorre no Vaticano entre os dias 4 e 25 de outubro de 2015, sobre o tema ‘A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo’.
Os delegados de Portugal no Sínodo dos Bispos sobre a Família são o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, e o presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, D. Antonino Dias.
PR