Francisco diz que Igreja se deve centrar no cuidado de quem está doente no corpo e na alma
Cidade do Vaticano, 10 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica tem a missão de ajudar os doentes, seguindo o exemplo de Jesus, e que essa cura vem “antes da lei”.
“A missão da Igreja é ajudar os doentes, não perder-se em bisbilhotices, ajudar sempre, aliviar, estar perto dos doentes”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
Francisco recordou que, como os Evangelhos relatam, para Cristo “a cura vinha antes da lei, mesmo daquela tão sagrada como a do descanso do sábado”.
“Quando penso nas grandes cidades contemporâneas, pergunto-me onde estão as portas para onde possamos levar os doentes, esperando que sejam cuidados”, acrescentou, numa intervenção sublinhada com os aplausos dos presentes.
O Papa referiu que “Jesus nunca se recusou a cuidar dos doentes, não foi para outro lado, não virou a cara”, porque “veio para curar o homem de todo o mal, o mal do espírito e o mal do corpo”.
Prosseguindo o ciclo de reflexões sobre a família, Francisco aludiu ao “sofrimento e angústia” com que se vive a doença de quem mais se ama.
“Muitas vezes, custa menos aos pais suportar a própria doença do que a dos filhos”, afirmou.
Segundo Francisco, “o hospital mais próximo” foi a sempre a família e “ainda hoje, em muitas partes do mundo, o hospital é um privilégio para poucos”.
“São a mãe, o pai, os irmãos, as irmãs, os avós que garantem os cuidados e ajudam a curar”, prosseguiu.
Nesse sentido, elogiou a “heroicidade escondida” das famílias que cuidam de quem está doente, “com ternura e com coragem”.
O Papa sublinhou a importância de educar as crianças, desde pequenos, “para a solidariedade no tempo da doença”, evitando que elas sejam “anestesiadas” para o sofrimento dos outros e a “experiência da limitação”.
“Devemos agradecer a Deus pelas beneméritas experiências de fraternidade eclesial que ajudam as famílias a atravessar o difícil momento da dor e do sofrimento”, observou.
Francisco assinalou que esta proximidade cristã, de família a família, é um “verdadeiro tesouro para de sabedoria”, que ajuda a “compreender melhor o Reino de Deus do que muitos discursos”.
“São carícias de Deus”, insistiu.
No final do encontro, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, em particular a ‘Fazenda Esperança’ e os grupos paroquiais do Brasil, encorajando-os a ser “testemunhas de esperança e caridade”.
“Se alguma vez a vida fizer desencadear turbulências espirituais na vossa alma, ide procurar refúgio sob o manto da Virgem Mãe de Deus; somente lá encontrareis paz. Sobre vós, vossas famílias e paróquias desça a bênção do Senhor”; concluiu.
OC