Vaticano critica promoção da prostituição no Mundial

A poucas horas do início, esta sexta-feira, do Mundial de Futebol da Alemanha, um representante da Santa Sé mostrou um “Cartão vermelho” à indústria da prostituição que gira em volta de um dos acontecimentos desportivos mais importantes do planeta. O Arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, recordou em declarações à Rádio Vaticano que, por detrás deste fenómeno, está “um autêntico tráfico de seres humanos”. Cerca de 3 milhões de fás do futebol, na sua maioria homens, invadirão 12 cidades alemãs durante um mês. A prostituição foi legalizada na Alemanha em 2002. Estima-se que umas 400.000 mulheres se dedicam na Alemanha à indústria do sexo, cujos lucros chegam a 18 mil milhões de dólares americanos por ano. Pelo menos três quartos dessas mulheres são estrangeiras, a maioria delas procedente da Europa do leste, e poucas têm a sua situação regularizada. “A prostituição, de facto, viola a dignidade da pessoa humana, fazendo dela um objecto e um instrumento do prazer sexual”, aponta o Arcebispo Marchetto. O Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes organizou há um ano uma conferência mundial sobre prostituição e tráfico de pessoas. Na sua Declaração final, pode ler-se que a Igreja tem de assumir a defesa dos direitos legítimos destas mulheres, promovendo sua libertação e apoiando inclusive economicamente sua formação. Após elencar as numerosas iniciativas que a Igreja promove contra este tráfico, o Arcebispo indicou que “estas mulheres devem ter a possibilidade de se reintegrarem na sociedade, através da concessão de autorização de residência”, exigindo ainda “trabalho digno e formas de recompensa” para as vítimas de tráfico sexual. Dossier AE • Mundial de Futebol Alemanha-2006

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Agência ECCLESIA

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