O secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes, D. Agostino Marchetto, criticou a criminalização da imigração ilegal e as medidas adoptadas recentemente pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, para limitar a chegada de cidadãos ao país de maneira clandestina. Em entrevista à ANSA, o Arcebispo italiano disse que “criminalizar as migrações irregulares e tratá-las como crimes comuns significa não reconhecer o direito a emigrar”. D. Marchetto também manifestou preocupação com as recentes medidas de segurança implementadas pelo governo italiano. Este responsável deixou mais críticas ao decreto-lei aprovado nesta Sexta-feira pelo Conselho de Ministros da Itália, que aumenta de dois para seis meses o tempo máximo em que um imigrante ilegal pode permanecer detido nos Centros de Identificação e Expulsão do país (CIE). D. Marchetto reconheceu que, embora caiba ao Estado “a regulamentação dos fluxos migratórios”, “é preciso distinguir os migrantes por motivos económicos e os que pedem asilo”. Outra medida do governo italiano criticada pelo representante do Vaticano é a permissão dada a médicos para que denunciem pacientes que sejam imigrantes ilegais. “Se forem tomados pelo medo, os imigrantes perderão a confiança e, não conhecendo os próprios direitos, poderiam preferir não se tratar, ou favorecer a criação de estruturas ilegais”, alertou. Redacção/ANSA