Vaticano critica ataque de Israel a navios com ajuda humanitária

Porta-voz da Santa Sé considera intervenção militar um «facto extremamente doloroso» devido à perda de vidas humanas

O Vaticano exprimiu na Segunda-feira a sua “dor” e “preocupação” pelo assalto militar israelita contra a frota pró-palestiniana que tentava abastecer Gaza, afirmou o porta-voz do Vaticano.

“Trata-se de um facto extremamente doloroso, em particular devido às inúteis perdas de vidas. A situação é seguida no Vaticano com muita atenção e preocupação”, disse o Pe. Federico Lombardi citado pela AFP.

“Como é sabido, a Santa Sé tem-se oposto sempre ao uso da violência, qualquer que seja a facção que a origine, dado que ela torna mais difícil a procura de soluções pacíficas, que são as únicas a longo prazo”, acrescentou o sacerdote durante uma conferência de imprensa na Sala de Imprensa do Vaticano.

Bento XVI vai estar no Chipre entre 4 e 6 de Junho, e nesta região próxima do Médio Oriente “não deixará de propor uma vez mais a sua mensagem de paz”, concluiu o porta-voz.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu hoje uma investigação sobre a intervenção militar israelita de Segunda-feira, que terá causado pelo menos 10 mortos, bem como a libertação imediata dos navios e civis detidos.

Receio de revolta religiosa

Um antigo pároco na região de Gaza, o Pe. Manuel Musallam, teme uma revolta religiosa porque o sheik Raed Salah, chefe do movimento islamista em Israel que se encontrava a bordo de um dos navios atacados, terá sido gravemente ferido.

“É um homem muito respeitado”, disse à AFP, e apesar de se esperar que a sua vida não esteja em perigo, “o que lhe aconteceu faz temer uma reacção dos movimentos religiosos, uma revolta religiosa”.

“Se se impedem os nossos amigos de nos trazer os meios para viver, para comer, é preciso que o mundo abra os olhos porque a paz está em perigo; e se nós estamos em perigo, é o mundo inteiro que está em perigo. É preciso que Israel respeite a lei, os barcos estavam em águas internacionais quando as forças armadas israelitas intervieram”, frisou o Pe. Musallam.

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