Vaticano contra pena de morte

Cardeal Renato Martino considera que matar Saddam Hussein seria punir um crime com outro crime Matar Saddam Hussein seria punir um crime com outro crime, assim afirma o Cardeal Renato Raffaele Martino, responsável pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz do Vaticano (CPJP), pois a pena de morte não é uma morte natural. “Ninguém pode matar, nem mesmo o Estado”, afirmou, em entrevista ao diário italiano La Reppublica. O responsável pelo CPJP declarou que a Igreja proclama que a vida humana deve ser protegida desde a concepção até à morte natural, por isso matar o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein seria “punir um crime com um outro crime”, manifestando ainda que “uma religião que pretende a violência, não é uma religião, mas sim fundamentalismo”. O Cardeal Martino acredita que a situação pode ainda reverter-se, uma vez que há um prazo de 30 dias e é “é necessária a assinatura do Presidente. Tenho esperança de que algo impeça” uma execução “pela mão do Estado”. Na entrevista, o Cardeal desejou também que sejam conseguidas “negociações globais para pacificar o conjunto do Médio Oriente – a Terra Santa, o Iraque e o Líbano”. Aquando da condenação à morte do ex-presidente iraquiano, o Cardeal Renato Martino já havia lamentado a decisão lembrando que “cada vida é sagrada e um crime não pode ser punido com outro crime”, havendo inclusive outros meios para “tornar inofensivos aqueles que cometeram qualquer tipo de crime”, referiu na altura. Recorde-se que o tribunal de recurso do Alto Tribunal Penal iraquiano confirmou terça-feira, dia 26, a condenação à morte por enforcamento do ex-presidente Saddam Hussein pela execução de 148 aldeões xiitas de Dujail, na década de 1980. Hoje foi publicada a decisão do Tribunal de Recurso, podendo assim a pena ser executada a qualquer momento.

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Agência ECCLESIA

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