Vaticano contra a eutanásia

Piergiorgio Welby sofria há 30 anos de distrofia muscular e reivindicava o fim do tratamento. Faleceu, ajudado por um médico. O Bispo Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, defendeu hoje que a morte do italiano Piergiorgio Welby não deve ser “politizada”, em especial pelos que defendem uma lei que legalize a eutanásia na Itália. Welby, de 60 anos, sofria de distrofia muscular progressiva e há meses pedia a suspensão do tratamento terapêutico que o mantinha com vida. O anestesista Mario Riccio já admitiu, em conferência de imprensa, ter-se disponibilizado para desligar o sistema de respiração artificial. Em entrevista à Rádio Vaticano, D. Sgreccia lamentou que a campanha política em volta deste caso “tenha tornado impossível saber se o seu pedido foi fundado no seu bem pessoal ou no bem do seu partido”. O caso de Welby suscitou um acalorado debate sobre a eutanásia na Itália, dividindo as forças políticas, enquanto o mundo católico se opôs ao pedido de desligar o respirador artificial. “Não podemos saber se o paciente fez o pedido porque recusava um tratamento que, para ele, era insuportável, ou se o paciente fez o pedido para o transformar numa batalha política e, com isso, obter uma lei que abra caminho para a eutanásia”, assinala D. Elio Sgreccia. Para o presidente da Academia Pontifícia para a Vida é fundamental “estabelecer critérios claros, seja no que diz respeito ao encarniçamento terapêutico, seja sobre a recusa dos tratamentos”. “Eticamente é necessário saber quando é lícito recusar os tratamentos e quando é lícito que o médico aceite esta recusa”, conclui.

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