O Vaticano promove entre hoje e amanhã o primeiro encontro internacional para a pastoral dos sem-abrigo, tendo já deixado fortes críticas contra a discriminação a que são sujeitas estas pessoas em todo o mundo. Mais de mil milhões de seres humanos não têm um tecto para se abrigarem, 3 milhões dos quais na Europa Ocidental. Perante este cenário, o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) convocou 50 especialistas de 28 países para levar a acção pastoral da Igreja às ruas onde os sem-abrigo se encontram. O presidente deste Dicastério, Cardeal Renato Martino, lembrou a necessidade de uma reflexão específica sobre estas temas, convidando a Igreja a “pôr-se a caminho para chegar junto dos nossos irmãos e irmãs sem-abrigo, assistindo-os espiritual e materialmente”. O Arcebispo Agostino Marchetto, secretário do CPPMI, disse na abertura dos trabalhos que cerca de 500 mil pessoas morrem todos os dias por falta de condições de higiene e de alojamento. A este sofrimento soma-se, noutros casos, a “marginalização e estigmatização”, por parte da opinião pública e mesmo no interior das comunidades cristãs. Mario Pollo, da Universidade Salesiana em Roma, vai apresentar os resultados de uma recente pesquisa realizada pelo Conselho Pontifício sobre a situação das pessoas sem morada.
