Vaticano continua a analisar causa de beatificação de D. Oscar Romero

O Vaticano continua a estudar a documentação relativa ao “martírio” de D. Oscar Romero, Arcebispo salvadorenho assassinado há 28 anos. Segundo o Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, não há nenhuma vontade de “obstaculizar” o desenvolvimento do processo, mas apenas prudência porque “para o martício o fiel católico deve ser morto por ódio à fé”. “Em muitos casos, pode haver motivos políticos, pessoais ou sociais. Se o motivo não for claro, é preciso esclarecer tudo a fundo e é por isso que, muitas vezes, o estudo é tão longo”, acrescentou ontem o Cardeal português, na sala de imprensa da Santa Sé. “Estamos a estudar os documentos para chegar à certeza absoluto em relação ao motivo do martírio”, disse D. Saraiva Martins, o qual precisou que este procedimento não é relativo apenas ao caso de Oscar Romero. D. Oscar Arnulfo Romero nasceu em Ciudad Barrios, no dia 15 de Agosto de 1917. A 4 de Abril de 1942 foi ordenado sacerdote em Roma, sendo posteriormente pároco em diversas localidades de San Miguel. No dia 3 de Fevereiro de 1977 foi nomeado bispo da Arquidiocese de San Salvador. Perante a violência que varria o seu país, começou a usar as homilias de Domingo para denunciar os massacres e defender os agricultores pobres e indefesos. Pelo seu apostolado em favor da Paz e dos direitos humanos foi nomeado para o Prémio Nobel da Paz em 1979. No dia 24 de Março de 1980, enquanto celebrava Missa na capela do Hosptial da Divina Providência, na capital de El Salvador, D. Oscar Romero foi assassinado com um tiro no coração. Um dia antes de ser assassinado, dirigia-se aos soldados na homilia dominical: “Em nome de Deus, em nome do povo sofredor, peço-vos, imploro-vos, ordeno-vos, em nome de Deus: parai a repressão”.

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