Vaticano: Consistório reforça ligação entre Portugal e a Santa Sé

Embaixador e cardeais destacam importância das relações bilaterais, sublinhadas pela designação cardinalícia de D. Manuel Monteiro de Castro

Lisboa, 16 fev 2012 (Ecclesia) – A criação de um novo cardeal português, D. Manuel Monteiro de Castro, no Consistório deste sábado, no Vaticano, é vista como um sinal das boas relações entre Portugal e a Santa Sé por responsáveis eclesiais e políticos.

O cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, disse hoje à Agência ECCLESIA que “Portugal merece isto e muito mais”.

“Que a Igreja portuguesa seja mais representada na Cúria Romana [conjunto de organismos que auxiliam o Papa no governo da Igreja] é uma coisa muito, muito positiva”, sublinha, mostrando-se “muito contente”.

No mesmo sentido se manifestou o embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Manuel Tomás Fernandes Pereira, para quem é uma “situação excecional” o facto de existirem três cardeais lusos na Igreja Católica.

“É um momento que me parece importante, para Portugal, o que, como se sabe, é uma decisão do Papa, demonstrando, a meu ver, uma particular simpatia, carinho, pelos portugueses”, observa.

Bento XVI preside ao Consistório público para a criação de 22 novos cardeais, que anunciou a 6 de janeiro, entre os quais se conta D. Manuel Monteiro de Castro, de 73 anos, penitenciário-mor da Santa Sé.

Em mensagem divulgada para esta ocasião, o cardeal-patriarca de Lisboa deixou uma saudação ao novo cardeal português.

“É mais um elemento a mostrar a vitalidade da Igreja portuguesa e a nossa profunda união ao Santo Padre”, sublinha D. José Policarpo, numa intervenção divulgada pela página do Patriarcado na Internet.

“Este Consistório, para nós, portugueses, tem um sabor especial, na medida em que um dos purpurados promovidos é um português, senhor D. Manuel Monteiro de Castro, homem com uma longa carreira de serviço à Igreja, sobretudo na carreira diplomática, como núncio apostólico, e ultimamente na Congregação [para os bispos] e como secretário do Colégio Cardinalício”, acrescenta o cardeal-patriarca.

D. Manuel Monteiro de Castro vai juntar-se a D. José Policarpo como um dos 125 eleitores (cardeais com menos de 80 anos) do futuro Papa.

Este responsável está na Cúria Romana desde julho de 2009, quando assumiu o cargo de secretário da Congregação para os Bispos, tendo sido posteriormente nomeado por Bento XVI como consultor da Congregação para a Doutrina da Fé e secretário do Colégio Cardinalício, antes de, em janeiro, passar a ser o responsável máximo pela Penitenciaria Apostólica, um dos três tribunais da Cúria Romana.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Manuel Monteiro de Castro, considerou que a sua designação por Bento XVI é um “reconhecimento” também para Portugal, reforçando a relação entre o país e o Papa.

D. Manuel Monteiro de Castro torna-se o 47.º cardeal português da história, primeiro no atual pontificado e terceiro do século XXI, após o Consistório de 2001 em que foram criados cardeais D. José Saraiva Martins e D. José Policarpo.

“Fiquei muito contente e agradeci ao Santo Padre, com quem já tive oportunidade de falar”, assinala o penitenciário-mor, que diz receber esta decisão, “com toda a humildade”.

Além dos três cardeais portugueses, vão estar no Vaticano, este sábado, dezenas de peregrinos da freguesia natal de D. Manuel Monteiro de Castro (Prazins-Santa Eufémia, Guimarães) e o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga.

OC

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Agência ECCLESIA

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