Encontro avaliou Jubileu das equipas sinodais e destacou a importância da sinodalidade enquanto caminho de escuta, fraternidade e missão para a Igreja

Cidade do Vaticano, 28 out 2025 (Ecclesia) – O XVI Conselho Ordinário da Secretaria-Geral do Sínodo reuniu-se no Vaticano, entre domingo e segunda-feira, apontando prioridades para a Assembleia Eclesial que vai decorrer, pela primeira vez, em 2028.
Segundo comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o grupo confiou à Secretaria-Geral “a tarefa de elaborar uma proposta operacional capaz de integrar as necessidades e os temas emergentes, ajudando cada um e todos a manter o foco na sinodalidade e nos objetivos do caminho rumo à Assembleia Eclesial de 2028”.
Durante a reunião, os conselheiros “retomaram os frutos do encontro que ocorreu na manhã de sábado, 25 de outubro, quando os líderes da Secretaria-Geral, juntamente com a maioria dos membros do Conselho, se reuniram com os bispos e coordenadores das equipes sinodais e dos organismos de participação presentes”.
Com base nas contribuições apresentadas, o Conselho identificou temas e aspetos prioritários para o percurso das equipas sinodais, entre os quais “a formação para a espiritualidade sinodal, a ligação entre a escuta do Povo de Deus e o discernimento pastoral e operacional; a atenção às culturas nos diferentes contextos e a sua evangelização; o acompanhamento daqueles que vivem medos ou deceções em relação ao processo sinodal; a valorização e a formação de padres e diáconos; a recolha e partilha de boas práticas em nível global; o aprofundamento teológico de alguns temas e uma maior atenção à dimensão pastoral e missionária da sinodalidade”.
O processo sinodal em curso teve início em 2021, com a auscultação de milhões de pessoas nas comunidades católicas de todo o mundo.
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, decorreu em outubro de 2023 e a segunda entre 2 e 27 de outubro de 2024, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’.
Na conclusão do processo, o Papa Francisco promulgou o documento final e enviou-o às comunidades católicas, “sem publicação de exortação pós-sinodal, uma possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio’ (2018)”, convocando ainda uma inédita Assembleia Eclesial, para 2028.
A reunião do XVI Conselho Ordinário da Secretaria-Geral do Sínodo iniciou-se com “uma avaliação do Jubileu das Equipas Sinodais, encerrado este domingo por Leão XIV, considerando-o “extremamente frutífero, tanto pelo conteúdo proposto quanto pela metodologia adotada, que alternou momentos em plenária e trabalhos em pequenos grupos linguísticos, favorecendo a oração compartilhada, o diálogo entre os participantes e insights formativos”.
Apesar da intensidade do programa, o Conselho destacou que os participantes “puderam respirar um autêntico clima sinodal de fraternidade e escuta, vivendo uma profunda experiência espiritual sustentada pela conversa no Espírito e culminando na peregrinação com a passagem pela Porta Santa”.
Os participantes reconheceram “o valor magisterial da homilia do Santo Padre proferida no domingo, 26 de outubro, durante a Missa de encerramento do Jubileu, que, juntamente com outros discursos, começa a constituir um corpus significativo do ensinamento do pontífice sobre a sinodalidade”.
Os membros do Conselho “partilharam experiências, desafios e experiências iniciadas em suas respetivas dioceses e conferências episcopais, contribuindo para ampliar a visão comum do caminho em andamento”.
A 30 de junho, o Vaticano publicou um documento com “pistas para a fase de implementação” do Sínodo nas comunidades católicas, que sublinham a necessidade de “experimentar” e transformar práticas eclesiais.
Até dezembro de 2026, estão previstos “percursos de implementação nas Igrejas locais e nos seus agrupamentos”; no primeiro semestre de 2027 devem acontecer “assembleias de avaliação nas dioceses”, a que se seguem, no segundo semestre, “assembleias de avaliação nas Conferências Episcopais nacionais e internacionais”.
Para o primeiro quadrimestre de 2028 vão ser marcadas “assembleias continentais de avaliação”.
O documento propõe processos de discernimento eclesial para “identificar formas e procedimentos de governação adequados a uma Igreja sinodal”, bem como a valorização de “experiências de escuta e diálogo nas comunidades”.
As pistas destinam-se, em primeiro lugar, aos bispos diocesanos e equipas sinodais, oferecendo critérios para que a implementação a nível local esteja em harmonia com a de toda a Igreja.
OC
