Encontro realiza-se entre 22 e 24 de maio em Roma
Cidade do Vaticano, 21 mai 2015 (Ecclesia) – O Conselho Pontifício Justiça e Paz apresentou hoje a conferência internacional “Mulheres rumo à agenda para o desenvolvimento pós-2015: quais desafios dos objetivos de desenvolvimento sustentável?”, com foco na educação, diálogo inter-religioso, tráfico de pessoas e violência.
“Tem havido um progresso notável na causa de mulheres em muitos países, especialmente nos campos da educação, representação política e participação económica mas ainda há muito fazer. É verdade que a pobreza continua a ser em grande parte sobre as mulheres e muitas não têm qualquer proteção em campos de trabalho indústria e agricultura”, assinalou o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.
O congresso, que conta com mais de cem participantes “de diferentes contextos culturais e sociais dos cinco continentes”, vai começar com uma análise da antropologia feminina confrontada com a cultura moderna que pretende apresentar algumas mudanças semânticas nos termos de referência.
Esta sexta-feira, em Roma, também se vai discutir o papel das mulheres na educação, “a aliança” com os homens e o “respeito mútuo para se combater a violência e prevaricação”, acrescentou o cardeal Peter Turkson.
“Nalguns casos a educação é essencial para o direito à vida. Nalgumas partes do mundo recusam-se as meninas, cujo nascimento é considerado uma desgraça, e o único destino das mulheres é o casamento, mas a família deve dar um dote'', alertou o prelado.
Outro tema aborda o papel das mulheres no diálogo inter-religioso e o cardeal ganês recordou situações nas quais meninas e mulheres são “vítimas de atrocidades”, inclusive sexual, por causa da “sua fé cristã”.
“Chamam-nos a intensificar o diálogo inter-religioso e a apelarmos à natureza humana comum, que transcende todas as religiões e culturas, para condenar veementemente estas atrocidades e defender aqueles que são ameaçados'', desenvolveu.
A segunda edição da conferência internacional sobre o papel/ação da mulher na sociedade também vai debater as novas e antigas formas de escravatura e violência que lhe são exercidas, refletindo sobre as diferentes facetas em diferentes partes do mundo.
Neste contexto, vão analisar se no ocidente prevalece a violência doméstica e o assassinato das mulheres enquanto em alguns países em desenvolvimento predomina o infanticídio e abortos seletivos que incidem no género feminino.
Este encontro de três dias vai denunciar também o fenómeno do tráfico de seres humanos inspirado na mensagem ’Não há mais escravos, mas irmãos’, do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2015.
O cardeal Peter Turkson destacou que a conferência internacional não pretende ser só ocasião para “denunciar as violações” à dignidade e aos direitos das mulheres mas focar-se no tema “Mulheres rumo à agenda para o desenvolvimento pós-2015: quais desafios dos objetivos de desenvolvimento sustentável?”.
''A questão das mulheres é transversal e crucial na maior parte das propostas da OSS”, acrescentou o prelado que frisa o “papel fundamental” que têm na "redução da pobreza” ou na educação mas também como “guardiãs da vida em todas as fases''.
Na Sala de Imprensa da Santa Sé também estava a subsecretária Conselho Pontifício Justiça e Paz, Flaminia Giovanelli; e as presidentes da União Mundial das Organizações Femininas Católicas (UMOFC) e da Aliança Mundial de Mulheres para a Vida e a Família (WWALF), respetivamente Maria Giovanna Ruggieri e Olimpia Tarzia, que são parceiras na organização desta iniciativa.
VIS/CB