Vaticano: Conferência Internacional sobre Espiritualidade e Desporto é um exercício de «sinodalidade desportiva»

«Por a vida em jogo» é o tema do evento que vai decorrer entre os dias 16 e 18 de maio, apresentado pelo cardeal Tolentino Mendonça como um contributo a paz 

Foto Ricardo Perna/JMJ Lisboa 2023

Cidade do Vaticano, 06 mai 2024 (Ecclesia) – O cardeal José Tolentino Mendonça apresentou hoje, no Vaticano, a Conferência Internacional sobre Desporto e Espiritualidade como ocasião de um contributo para a paz e de exercício de “sinodalidade desportiva”.

“É verdade que a figura de Jesus, na sua mensagem e nos seus atos, tem muito a oferecer ao desporto. Do mesmo modo, a Igreja tem muito a aprender com o fenómeno desportivo. É essencialmente isto que queremos alcançar com esta conferência internacional, trazendo não só vozes de dentro da Igreja, mas também vozes de fora da Igreja que nos ajudarão com as suas reflexões. Trata-se de um belo exercício de ‘sinodalidade desportiva’. E, desta forma, arriscamos uma cultura do encontro, como sublinha o Papa Francisco”, evidenciou o Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação.

A Conferência Internacional sobre Desporto e Espiritualidade tem por tema Putting Life into Play” (“Por a vida em jogo”) e vai realizar-se de 16 a 18 de maio.

O cardeal madeirense sugeriu, a partir da reflexão do Papa Francisco, haver “muitos pontos de ligação” entre “desporto e a espiritualidade”.

O responsável traçou os objetivos da conferência internacional: “Observar o desporto hoje. Compreender porque é que é tão popular. Identificar os seus riscos. Avaliar a sua relevância na construção de uma sociedade mais fraterna, tolerante e equitativa. Discernir como Deus se manifesta nesta manifestação cultural”.

D. José Tolentino Mendonça indica que a conferência deseja perseguir duas questões: “O que é que o desporto tem a dizer à Igreja? O que é que a Igreja tem a dizer ao desporto?”

O responsável lembra que “em muitos momentos o desporto foi uma inspiração e uma metáfora para a vida dos cristãos” e que o contrário também aconteceu: “o próprio cristianismo enriqueceu o desporto com a sua visão humanista”, lembrando o centenário da introdução do lema olímpico «citius, altius, fortius (mais rápido, mais alto, mais forte) nos Jogos Olímpicos de 1924 em Paris», inspirado no frade dominicano Henri Didon.

“A Igreja não quer controlar o desporto nem criar um desporto alternativo, mas humanizá-lo através de uma visão cristã do desporto”, sublinhou.

Referindo-se à colaboração que a Embaixada de França junto da Santa Sé na organização da Conferência, o cardeal português assinalou o valor que o desporto encerra.

“É a prova de que o desporto tem também um valor diplomático e um serviço à paz. Espero que esta conferência possa ser também um contributo para a sociedade internacional e, em particular, para a sociedade francesa, que este ano acolherá o maior evento desportivo, os Jogos Olímpicos de Paris 2024”, finalizou.

LS

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Agência ECCLESIA

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