Vaticano condena repatriamento de ciganos na França

Arcebispo Agostino Marchetto diz que o desmantelamento dos campos criou uma situação de «não liberdade»

O secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes do Vaticano condenou o repatriamento de centenas de ciganos na França, determinado pelo governo de Nicolas Sarkozy.

O executivo francês agravou a política contra os ciganos da Bulgária e da Roménia no final de Julho, desmantelando dezenas de acampamentos ilegais e anunciando que iria repatriar 700 para os seus países.

Para o Arcebispo Agostino Marchetto, o desmantelamento dos campos criou uma situação de “não liberdade”.

“É uma situação de precariedade para estes nossos irmãos, que os pode condicionar quando se trata de aceitar ajudas económicas para partirem”, apontou, em declarações à Rádio Vaticano.

Um total de 371 ciganos romenos vão ser repatriados até o final deste mês. 79 pessoas chegaram ontem a Bucareste e 132 são esperadas esta Sexta-feira, 20 de Agosto, em Timisoara (oeste) e na capital da Roménia.

Na última Quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, considerou as deportações “plenamente conformes com as regras europeias”, tendo apelado à Comissão Europeia para que colaborasse na reinserção dos ciganos nos seus países de origem.

Para D. Agostino Marchetto, é preciso ter presentes as regras para UE, que proíbe expulsões colectivas “se não houver perigo para a segurança colectiva”.

O secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes considera que “a questão dos ciganos é uma questão grave para a Europa, é o grupo minoritário mais numeroso”.

Precisamente por estes dias, decorre no santuário francês de Lourdes a peregrinação nacional dos ciganos, que termina no dia 25 de Agosto.

No encontro, está prevista a participação de cerca de 8 mil ciganos e pessoas nómadas, informa a Conferência Episcopal Francesa.

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