O Vaticano considerou um “acto mostruoso” a autorização concedida na Grã-Bretanha para a criação de embriões híbridos. A Autoridade Britânica de Fertilidade Humana e Embriologia (HFEA) deu, nesta Quarta-feira, a sua aprovação “de princípio” à polémica criação de embriõesa partir da integração de ADN humano em óvulos de animais. O presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV), Bispo Elio Sgreccia, considera que esta decisão é “um acto mosntruosos que vai contra a dignidade humana”. Em declarações à Rádio Vaticano, D. Sgreccia referiu que “é necessário que a comunidade científica se mobilize o mais rapidamente possível”. “Acreditamos que o governo britânico cedeu perante os pedidos, sem dúvida imorais, de um grupo de cientistas”, acrescentou. A decisão da HFEA foi justificada com a necessidade de amenizar a falta de ovócitos humanos destinados à clonagem de embriões com fins terapêuticos, acto permitido na Grã-Bretanha, ao contrário de outros países europeus. O presidente da APV lembra que este tipo de embriões eram os únicos “excluídos da fecundação artificial em todos os códigos internacionais, por serem considerados ofensivos à dignidade humana, pelo risco de se produzirem monstros e, portanto, por um facto moral altamente significativo”. Quanto às justificações avançadas por quem defende a decisão, sobretudo com as possibilidades terapêuticas que alegadamente se abrem, o Bispo italiano refere que “o bem deve ser feito com meios bons, caso contrário aplicamos o maquiavelismo à ciência e à investigação científica”.