Cidade do Vaticano, 24 abr 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que a “concretude da fé” que leva à franqueza, ao testemunho até o martírio “não faz pactos ou idealização da fé”, na homilia desta manha, na Missa na Capela da Casa de Santa Marta.
“Às vezes, esquecemo-nos que a nossa fé é concreta, o Verbo se fez carne, não se fez ideia. Quando rezamos o Credo dizemos coisas concretas: Creio em Deus Pai que fez o céu e a terra, creio em Jesus Cristo que nasceu, que morreu”, explicou o Papa.
O pontífice argentino exemplificou que a oração do Credo diz “coisas concreta” e a “concretude da fé” que leva à franqueza, ao testemunho até o martírio, “não faz pactos ou idealização da fé”.
Na homilia desta manhã, a partir da liturgia do dia, Francisco comentou que Jesus explica a Nicodemos, um dirigente judeu, “com amor e paciência”, que é preciso “nascer do alto, nascer do Espírito”, ou seja, “mudar de mentalidade” e deu como exemplo a reação dos doutores da lei à cura de um homem coxo de nascença pelos apóstolos Pedro e João.
Para o Papa, os doutores da lei não sabiam como “esconder” esse fato “público” e no interrogatório quando os discípulos são “intimados a não falar mais sobre o assunto” São Pedro responde que vão continuar.
“Pedro e João têm coragem, franqueza, a franqueza do Espírito que significa falar abertamente, com coragem, a verdade, sem nenhum pacto. Este é o ponto, a fé concreta”, acrescentou, em relação à proposta dos doutores da lei que “querem negociar para alcançar um acordo”.
“Para os doutores da lei, o Verbo não se fez carne, mas lei. É preciso fazer isso só até aqui. Deve ser feito isso e não aquilo”, assinalou.
Neste contexto, o Papa Francisco recordou que na História da Igreja esta condenou “o racionalismo, o Iluminismo” e, “muitas vezes, caiu nesta teologia do ‘pode e não pode’, do ‘até aqui e até lá’.
“Esqueceu-se da força, da liberdade do Espírito, do renascer do Espírito que nos dá a liberdade, a franqueza da pregação e de anunciar que Jesus Cristo é o Senhor”, referiu.
Na conclusão da homilia, Francisco incentivou a pedir ao Senhor a “experiência do Espírito que vai e vem e leva adiante”, do Espírito que dá a unção da fé, “a unção da concretude da fé”.
A Rádio Vaticano assinalou ainda que o denominado C9, o conselho consultivo dos nove cardeais do Papa, também participou na Eucaristia antes da iniciaram a reunião com o Papa para prosseguirem o trabalho de reforma dos vários organismos do governo central da Igreja Católica, até esta quarta-feira.
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