Sexta edição da iniciativa vai contar pela primeira vez com a presença de Leão XIV, que destaca a música como «uma forma de amor»

Cidade do Vaticano, 05 dez 2025 (Ecclesia) – O Vaticano recebe este sábado a sexta edição do ‘Concerto com os Pobres’, apresentado hoje, para o qual estão convidadas mais de três mil pessoas carenciadas e que vai contar com a atuação do artista Michael Bublé e a presença do Papa.
“O que dá valor a este concerto não são os números ou os nomes: são as pessoas. Mais de 3.000 irmãos e irmãs necessitados, convidados como convidados de honra, lembram-nos que a proximidade não é um conceito abstrato, mas um rosto, um encontro, uma mão estendida”, afirmou o monsenhor Marco Frisina, compositor e fundador do Coro da Diocese de Roma, citado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Na conferência de imprensa de apresentação da iniciativa, realizada hoje, o responsável destacou que este ano o evento conta com “uma dádiva muito grande”: “Pela primeira vez, Sua Santidade o Papa Leão XIV participará num concerto público na Aula Paulo VI e, pela primeira vez, um pontífice estará presente na nossa iniciativa”.

“A sua presença não é apenas motivo de emoção, mas um forte sinal pastoral: ela diz-nos que a Igreja reconhece na beleza uma linguagem capaz de falar ao coração, mesmo ao coração ferido, e de gerar esperança”, referiu.
O monsenhor Marco Frisina descreveu que o concerto deste sábado “será como um pequeno conto de Natal”, iniciando com “a música que expressa a fé da Igreja – cantos antigos, pastorais populares, hinos à alegria do nascimento do Senhor – para depois percorrer o grande repertório sinfónico e contemporâneo”.
“Sou grato a Serena Autieri, que também este ano acompanhará o público nesta viagem, e em particular a Michael Bublé, que aceitou o convite com sincera emoção”, expressou.
O compositor e fundador do Coro da Diocese de Roma caracterizou a disponibilidade do artista “para cantar diante do Papa, para e com os pobres, com um programa preparado especialmente para esta ocasião”, como “um dom precioso que testemunha o quanto a música pode unir mundos diferentes”.
Numa altura em que o mundo enfrenta uma crise “ambiental, social e cultural”, o monsenhor Marco Frisina realçou que a organização quis que a Casa Comum fosse parte integrante do Concerto, tendo agradecido à AzzeroCO₂ por conseguir “tornar o evento cada vez mais sustentável”.
“Medição de emissões, compensação certificada, plantação de árvores, proteção de árvores monumentais, até à doação simbólica de um cipreste ligado à memória de São Francisco: tudo isto nos lembra que a esperança não se anuncia, testemunha-se”, indicou.
Na intervenção, o diretor do coro da Diocese de Roma lembrou que o ‘Concerto com os Pobres’ “nasceu quase como uma pequena semente em 2015, continua a crescer” e a surpreender.
“Todos os anos descobrimos que a música, quando se coloca ao serviço da fraternidade, torna-se um local de encontro onde os pobres se tornam verdadeiros protagonistas, e não simples destinatários de atenção”, disse.
O monsenhor Marco Frisina desejou que o “Concerto seja uma porta a atravessar: para reconhecer que ninguém é demasiado pobre para dar e ninguém é demasiado rico para não precisar dos outros”.
Na conferência de imprensa de imprensa, ao início da tarde, participaram também o cantor Michael Bublé e a atriz Serena Autieri.
![]() Já durante a manhã, o Papa recebeu em audiência, no Vaticano, os organizadores e artistas desta iniciativa. “A feliz intuição do Papa Francisco está a tornar-se uma bela tradição, que se insere no contexto da preparação para o Santo Natal, em que celebramos o Senhor Jesus Cristo que se torna próximo e pobre por nós”, disse Leão XIV, informa a Sala de Imprensa da Santa Sé. O Papa destacou que o ‘Concerto com os Pobres’ “não é apenas uma exibição de bons artistas ou um simples festival musical, por mais bonito que seja, nem um momento de solidariedade para acalmar” a consciência de cada um “diante das injustiças da sociedade”. “Gostaria que, ao participar neste evento, nos lembrássemos das palavras do Senhor: «Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25,40). É assim! Se amamos concretamente quem tem fome e sede, quem está sem roupa, doente, estrangeiro, preso, estamos a amar o Senhor”, pediu. “No nosso Concerto, os irmãos e irmãs mais frágeis ocupam os primeiros lugares”, sublinhou. Em audiência, Leão XIV evidenciou que a música “sempre teve um papel importante na experiência cristã”. “Quão importantes são na música o cuidado, o empenho, a arte e, finalmente, a harmonia que delas deriva: é realmente um dom precioso que Deus fez a toda a humanidade”, considerou. O Papa fez também um pedido aos artistas: “por favor, cantem bem amanhã!” “Cantem e toquem com arte e, acima de tudo, com o coração, porque a música pode realmente representar uma forma de amor”, desenvolveu. |
A 6ªedição do ‘Concerto com os Pobres’ está marcada para as 17h30 (horário local) (menos uma hora em Lisboa), na Sala Paulo VI, acolhendo oito mil pessoas, incluindo três mil pessoas em situação de pobreza.
Graças à colaboração do Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica, juntamente com o apoio de congregações, associações e entidades caritativas, o grupo de pessoas necessitadas vai receber uma refeição quente ao final da noite, além de produtos de primeira necessidade, informa o portal Vatican News.
O grupo de pobres presente no concerto, graças à colaboração do Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica, juntamente com o apoio de congregações, associações e entidades caritativas, vai receber uma refeição quente ao final da noite, além de produtos de primeira necessidade, como habitual.
LJ/PR

