Vaticano: Comissão Pontifícia propõe dia de oração pelas vítimas de abusos sexuais

Especialistas convidados pelo Papa pedem maior compromisso da Igreja Católica

Cidade do Vaticano, 08 fev 2016 (Ecclesia) – A Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores, instituída pelo Papa em março de 2014, propôs a criação de uma Jornada Universal de Oração pelas vítimas dos abusos e de uma liturgia penitencial, anunciou o Vaticano.

A proposta que vai ser entregue a Francisco foi decidida na reunião deste organismo, que decorreu em Roma, durante uma semana, segundo o comunicado final do encontro divulgado hoje pela sala de imprensa da Santa Sé.

Entre outras recomendações, pede-se também ao Papa que recorde a todas as autoridades eclesiais “a importância de responder diretamente às vítimas e aos sobreviventes dos abusos”.

O balanço dos trabalhos da comissão revela que no último ano foram registados avanços nos processos canónicos, com a participação de colaboradores externos, e que está em perspetiva o lançamento de uma página na internet para partilhar as melhores práticas na proteção de menores.

A Comissão Pontifícia teve encontros, em 2015, com autoridades da Áustria, Filipinas, Nova Zelândia, Escócia, Polónia, Costa Rica e Estados Unidos da América.

A próxima reunião, em setembro, vai ter como tema central a “salvaguarda dos menores nas escolas católicas”.

Durante os trabalhos, foi comunicado a saída de Peter Saunders, um dos 17 membros da Comissão Pontifícia para a Defesa dos Menores, que foi ele próprio vítima de abusos sexuais.

O organismo é presidido pelo cardeal Sean Patrick O’Malley, dos Estados Unidos da América, que tem como secretário o também norte-americano monsenhor Robert Oliver.

Os outros membros são os jesuítas Humberto Miguel Yáñez, da Argentina, e Hans Zollner, da Alemanha; o canonista Claudio Papale, da Itália; as pedopsiquiatras Catherine Bonnet, de França, e Sheila Hollins, do Reino Unido; Marie Collins, da Irlanda, que foi abusada na sua juventude; a antiga primeira-ministra polaca Hanna Suchocka; o padre e psicólogo Luis Ali Herrera, da Colômbia; o psicoterapeuta Gabriel Dy-Liacco, das Filipinas; Bill Kilgallon, colaborador da Conferência Episcopal na Nova Zelândia; as irmãs Kayula Gertrude (Zâmbia) e Hermenegild Makoro (África do Sul); Kathleen McCormack, da Austrália; a neozelandesa Krysten Winter-Green, especialista no acompanhamento de casos de abusos de menores.

OC

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Agência ECCLESIA

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