Organismo realizou a sua primeira reunião desde que foi criado pelo Papa Francisco em março deste ano
Cidade do Vaticano, 03 mai 2014 (Ecclesia) – A Comissão Pontifícia para a Tutela de Menores concluiu hoje a sua primeira reunião de trabalho tendo em vista a apresentação ao Papa Francisco de propostas relacionadas com as funções, a composição e os estatutos do organismo.
No comunicado final da reunião, divulgado este sábado pela sala de imprensa da Santa Sé, a referida comissão mostra-se empenhada em criar condições “para encorajar à responsabilidade as comunidades locais espalhadas pelo mundo” e promover “a troca recíproca de ‘boas práticas’ no âmbito da proteção de todos os menores, com programas orientados para a educação, formação e também para a resposta aos abusos”.
No âmbito da Igreja Católica, o organismo considera “particularmente importante” assegurar que as instâncias eclesiais tenham de “prestar contas” ou sejam chamadas à “responsabilidade” por eventuais atos cometidos contra menores, através da implementação de “procedimentos eficazes e transparentes”.
Em termos dos estatutos da Comissão, apesar deles ainda não estarem totalmente definidos, ficou “claro” durante a reunião que os membros deste órgão “não tratarão casos individuais de abuso, mas poderão “apresentar recomendações” de modo a garantirem a “responsabilização” dos prevaricadores e a implementação das “melhores práticas”.
“Nos estatutos, o objetivo é apresentar propostas especificas que chamem a atenção para a importância de sensibilizar as pessoas para as trágicas consequências dos abusos sexuais e para os efeitos devastadores da falta de diálogo com as vítimas, do silêncio perante este tipo de crimes e da falta de apoio aos alvos de abusos sexuais e às suas famílias”, pode ler-se no comunicado.
Os membros da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores concluem o texto expressando a sua “profunda solidariedade para com todas as vítimas de abusos sexuais”, não só “crianças mas também os adultos mais vulneráveis”.
“Enquanto os católicos se empenham em tornar paróquias, escolas e instituições em lugares mais seguros para todos os menores, nós vamos empenhar-nos em conjunto com todas as pessoas de boa vontade, para garantir que crianças e adultos vulneráveis sejam protegidos contra os abusos”, asseguram aqueles responsáveis.
Instituída a 22 de março deste ano, pelo Papa Francisco, a Comissão Pontifícia para a Tutela de Menores conta atualmente com quatro homens e quatro mulheres, leigos e membros do clero, incluindo uma vítima de abusos:
O cardeal Sean Patrick O’Malley, dos Estados Unidos da América; os jesuítas Humberto Miguel Yáñez, da Argentina, e Hans Zollner, da Alemanha; Claudio Papale, da Itália; Catherine Bonnet, de França; Marie Collins, da Irlanda, que foi abusada na sua juventude; Sheila Hollins, do Reino Unido; e a antiga primeira-ministra polaca Hanna Suchocka.
JCP