Vaticano: Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores reafirma obrigação de denunciar abusos a autoridades civis

Organismo criado pelo Papa reagiu a notícias surgidas na última semana

Cidade do Vaticano, 15 fev 2016 (Ecclesia) – A Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores, instituída pelo Papa em março de 2014, reafirmou hoje a “responsabilidade moral e ética” de denunciar às autoridades civis “alegados abusos” sobre menores.

“Nós, presidente e membros da Comissão, queremos afirmar que as nossas obrigações no que diz respeito à lei civil devem ser respeitas, sem dúvida”, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pelo Serviço de Informação do Vaticano.

O organismo presidido pelo cardeal Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, nos Estados Unidos da América, quis assim deixar clara a sua posição em relação à obrigação de comunicar às autoridades civis as suspeitas de abusos sexuais.

“Todos temos a responsabilidade moral e ética de denunciar os alegados abusos às autoridades civis que têm a tarefa de proteger a nossa sociedade”, pode ler-se.

O texto surge depois de na última semana ter sido noticiada uma formação para novos bispos no Vaticano em que estes teriam sido ouvido um dos formadores – que não pertence à Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores – dizer que não tinham necessariamente de informar a polícia ao terem conhecimento de alegados abusos, por ser uma escolha que caberia às vítimas e às suas famílias.

A Comissão Pontifícia cita o Papa Francisco, o qual afirmou que “os crimes e os pecados dos abusos sexuais de menores não podem ser mantidos em segredo durante mais tempo”, prometendo que os responsáveis por estes atos irão “prestar contas”.

O cardeal O’Malley precisa que as diretrizes dos bispos católicos nos Estados Unidos da América indicam “claramente” a obrigação de denúncias suspeitas de abusos às autoridades públicas, orientação que é transmitida todos os anos aos novos prelados.

A comissão consultiva do Papa recorda que apresentou no início do mês um resumo das suas atividades nos últimos dois anos e se mostrou disponível para “oferecer material para os cursos que decorrem em Roma, incluindo, entre outros, o programa anual de formação para os novos bispos e para os organismos da Cúria Romana”, a fim de reforçar “os esforços destinados à proteção dos menores”.

VIS/OC

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Agência ECCLESIA

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