Organismo presidido pelo cardeal O’Malley assume preocupação com assédio online
Cidade do Vaticano, 08 mai 2023 (Ecclesia) – A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (CPPM), organismo da Santa Sé, vai definir uma nova estratégia para o combate e prevenção de abusos, assumindo preocupação com as situações de assédio online.
O anúncio foi feito hoje, no final da reunião plenária da CPPM, numa nota divulgada através do portal de notícias do Vaticano.
Além da revisão das linhas diretrizes publicadas em 2011, pela Doutrina da Fé, a comissão vai criar um fundo para ajudar as vítimas dos países mais pobres e promover acordos para a formação e prevenção, com “reforçado compromisso para o combate da pedofilia online”.
A nota da CPPM adianta que a “Estrutura de Diretrizes Universais” vai ser submetida aos líderes da Igreja, aos grupos de vítimas e a outras partes interessadas para um período de comentários públicos, antes da aprovação final.
A Comissão começou a trabalhar numa “ferramenta de verificação”, solicitada pelo Papa, para avaliar a “adequação das diretrizes de proteção das Igrejas locais”.
Quanto ao novo fundo, financiada por contributos de Conferências Episcopais, o mesmo visa oferecer programas de desenvolvimento e garantir maior acesso à formação e assistência às vítimas, seus familiares e às comunidades nas regiões mais pobres do mundo.
O primeiro acordo para um programa-piloto foi assinado com a Igreja no Ruanda, adianta a Santa Sé.
A reunião plenária da CPPM examinou ainda um acordo de parceria com a Fundação GHR, dos EUA, que administra um programa para a oferta de consultores regionais especializados em proteção.
Outro tema em debate foi o recente acordo de cooperação recentemente assinado com o Dicastério para a Evangelização dos Povos, para “promover os objetivos de proteção” através do trabalho deste organismo da Santa Sé, que “supervisiona a vida da Igreja em mais da metade do território mundial”.
O presidente da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, cardeal Sean O’ Malley, arcebispo de Boston (EUA), assinalou que estes desenvolvimentos representam “uma importante mudança”, centrando o trabalho na resposta a “necessidades de curto e longo prazo”.
“O Santo Padre pediu-nos muito e estamos todos comprometidos em realizá-lo. Procuramos os recursos necessários para responder adequadamente e estamos confiantes no plano que definimos e nas pessoas que trabalham connosco”, acrescentou.
O CPPM foi criado pelo Papa Francisco em 2014 e, desde 2022, integra o organograma da Cúria Romana, ligado ao Dicastério para a Doutrina da Fé.
OC
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