Comunicado oficial condena «ato unilateral» do regime de Pequim
Cidade do Vaticano, 04 jul 2011 (Ecclesia) – A Santa Sé emitiu hoje um comunicado com críticas à ordenação considerada “ilegítima” na China de um novo bispo, por parte da Associação Patriótica Católica (APC) local, subordinada a Pequim e não reconhecida pelo Papa.
O texto revela que Bento XVI se mostrou “profundamente amargurado” com ordenação episcopal do padre Lei Shiyin, que aconteceu no último dia 29 de junho, sem mandato pontifício, na diocese de Leshan, Sichuan, cerca de 2000 quilómetros a sudeste de Pequim.
“A ordenação de Leshan foi um ato unilateral, que semeia divisão e, infelizmente, produz lacerações e tensões na comunidade católica da China”, pode ler-se.
Segundo a Santa Sé, o Papa “deseja fazer chegar aos amados fiéis da China uma palavra de encorajamento e de esperança, convidando-os a rezar para estarem unidos”.
A APC foi criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.
O comunicado do Vaticano sublinha que o bispo ordenado por esta associação “carece da autoridade de governar a comunidade católica diocesana” de Leshan e, por isso, “a Santa Sé não o reconhece [padre Lei Shiyin] como bispo”.
Nesta declaração assinala-se que o próprio padre Shiyin foi “informado há muito tempo que não poderia ser aceite pela Santa Sé como candidato episcopal”, incorrendo agora na pena canónica de excomunhão.
“Uma ordenação episcopal sem mandato pontifício opõe-se diretamente ao papel espiritual” do Papa, prossegue o documento, “danificando a unidade da Igreja”.
Numa crítica à APC e à política do regime chinês, o Vaticano refere que “se a Igreja na China quiser ser católica, é preciso respeitar a doutrina e a disciplina da Igreja”.
OC