François-Xavier Nguyên Van Thuân esteve preso nas cadeias do regime durante 13 anos
Lisboa, 06 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco reconheceu esta sexta-feira as virtudes heróicas do Cardeal Van Thuân autorizando o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o Cardeal Angelo Amato, a promulgar o decreto relativo aos milagres atribuídos ao prelado vietnamita.
Este passo vai permitir que François-Xavier Nguyên Van Thuân, cardeal vietnamita da Igreja católica que esteve preso nas cadeias do regime durante 13 anos, fique mais próximo da beatificação.
Segundo a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre a vida deste Cardeal vietnamita "é profundamente inspiradora e exemplo para todas as comunidades cristãs vítimas de perseguição nos tempos actuais", assinala um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O cardeal Van Thuân nasceu no Vietname em 1928, tendo sido ordenado sacerdote em 1953 e nomeado bispo da Diocese de Nha Trang, no centro do país, em 1967.
Mais tarde seria nomeado arcebispo coadjutor de Saigão em 1975, o que lhe valeu a perseguição pelo governo comunista e a prisão até ao ano de 1988.
Foi Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz entre 1998 e 2002, tendo falecido em Roma no dia 16 de Setembro de 2002.
Durante a sua estada na prisão, "o cardeal Van Thuân tornou-se no mais perigoso dos prisioneiros, porque transformava e convertia os guardas”, assinala em setembro o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, Pedro Vaz Patto, numa sessão organizada pela Fundação AIS, sobre a vida do novo beato da Igreja católica.
Na apresentação do livro «François-Xavier Nguyên Van Thuân – Homem de esperança, caridade e alegria», editado pela Fundação AIS e escrito por Luisa Melo e Waldery Ilgeman, Pedro Vaz Patto comparou o “calvário do Cardeal” ao sofrimento e às perseguições dos cristãos nos dias de hoje.
“A prisão do cardeal Van Thuân, por causa da sua fé e da sua missão de pastor, faz dele mais um exemplo de como um sistema político que nega Deus e combate a religião (neste caso o comunismo ateu) acaba por negar a dignidade da pessoa humana e os seus direitos fundamentais”.
LS